O Sebrae Goiás realizou na manhã desta quinta-feira (11) uma coletiva de imprensa para apresentar o balanço dos resultados alcançados em 2025 e os principais eixos estratégicos para 2026. A instituição comemorou um marco histórico: mais de 2,1 milhões de atendimentos realizados em menos de três anos, meta que seria cumprida apenas no final de 2026, mas foi antecipada em 14 meses.
O presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Goiás, José Mário Schreiner, destacou que o avanço representa a maturidade do ecossistema empreendedor goiano. “Em Goiás, tínhamos uma meta de 2 milhões de atendimentos em quatro anos, o que já era extremamente arrojado. Trabalhamos com uma média anual de 300 mil atendimentos e, ainda assim, alcançamos a meta 14 meses antes do previsto, totalizando 2 milhões e 100 mil atendimentos. É algo que realmente devemos comemorar”, afirmou.
Segundo ele, o resultado reforça a importância dos pequenos negócios, que representam “95% das empresas e mais de 70% dos empregos gerados”.
Interiorização, digitalização e novos desafios
A presença do Sebrae em todos os 246 municípios goianos, incluindo povoados, foi citada como um dos pilares da expansão. A instituição ampliou sua rede com Salas do Empreendedor, Pontos de Atendimento e até unidades móveis, caminhões que percorrem o estado oferecendo serviços e orientação.
Schreiner ressaltou ainda a força do agronegócio, da industrialização e o impacto direto desses setores na criação de novos pequenos negócios. Para 2026, ele antecipou que a grande prioridade será a internacionalização das micro e pequenas empresas:
Hoje, 40% das empresas participam do mercado internacional, mas isso representa apenas 0,2% da pauta de exportações de Goiás. Nosso foco é preparar pequenas empresas para exportar seus produtos com qualidade, agregando valor e gerando emprego e renda.
O presidente também destacou o avanço da inteligência artificial e revelou que o Sebrae planeja sediar um grande Summit Global de Startups em Goiás no próximo ano, iniciativa que está em negociação.
“Será um marco histórico para 2026. Estamos dialogando com vários parceiros e queremos trazer esse evento para o estado”, adiantou.
Resultados operacionais e investimentos
O diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, reforçou que a ampliação das ações se deve a uma estratégia de interiorização e modernização. “Identificamos uma grande oportunidade quando visualizamos mais de 900 mil micro e pequenas empresas no estado. Atendíamos historicamente 300 mil. Hoje superamos 2 milhões de atendimentos em três anos, mostrando que ainda há muito espaço para crescer”, afirmou.
Ele apontou que as principais demandas de atendimento estão relacionadas a:
- orientação para novos empreendedores;
- planejamento e gestão;
- digitalização e inovação;
- comercialização e vendas;
- capacitações e cursos diversificados.
O superintendente explicou ainda que a meta de internacionalização para 2026 prevê selecionar empresas com maturidade elevada para inserção no comércio exterior. “A grande questão não é só exportar, mas agregar valor aos produtos para que o empresário realmente ganhe mais”.
Transformação digital e parcerias estratégicas
O diretor administrativo e financeiro, João Carlos Gouveia, destacou os avanços na digitalização dos serviços e no modelo omnichannel, que integra atendimentos presenciais, telefônicos e on-line.
Ele também ressaltou iniciativas voltadas à sustentabilidade e ao uso eficiente de recursos. “O caminho é mostrar para o pequeno negócio que resíduo sólido é dinheiro. Transformar teoria em prática real. Aqui no Sebrae já reduzimos 25% do nosso aterro e queremos zerar até 2026”, afirmou.
A instituição mantém parceria com a Universidade Federal de Goiás, que integra o conselho e colabora em ações relacionadas ao uso de inteligência artificial. A meta para 2026 inclui ampliar a qualificação de pequenos negócios para uso dessas ferramentas.
Perspectivas para 2026
Segundo Antônio Carlos, três grandes eixos nortearão a atuação do Sebrae no próximo ano:
- Internacionalização dos pequenos negócios;
- Aplicação da inteligência artificial como ferramenta de gestão;
- Educação empreendedora, com expansão nas redes de ensino e em municípios.
Schreiner também comentou os possíveis impactos do ano eleitoral sobre o empreendedorismo, afirmando que é natural que haja cautela, mas destacou o perfil do empreendedor brasileiro.
“O empreendedor se vira nos 30. Com apoio do Sebrae, ele consegue superar os desafios, mesmo em cenários incertos”, avaliou.
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