18 de dezembro de 2024
Brasil

Se perder na Câmara, STF me inocentará, diz Temer a ministros

Em articulações para enfrentar uma votação que pode afastá-lo do cargo, o presidente Michel Temer convocou 22 ministros de seu governo e disse a eles que, mesmo que seja derrotado na Câmara, tem certeza de que será absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Temer se reuniu por cerca de três horas com integrantes do primeiro escalão do governo, nesta quarta-feira (5), para pedir que eles conquistem votos entre deputados aliados para barrar a denúncia de corrupção apresentada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Segundo um dos participantes do encontro, Temer se disse seguro de que o STF não o condenará por corrupção, mesmo que o plenário da Câmara aprove o prosseguimento da denúncia e ele seja afastado do cargo durante o julgamento.

O presidente se defendeu das acusações feitas com base nas delações de executivos da JBS. Disse aos ministros que a denúncia da PGR não tem provas ou fundamentos técnicos contra ele e, portanto, é inepta -ou seja, não poderia produzir efeitos jurídicos.

A conversa com a cúpula do governo foi convocada na véspera de uma viagem de três dias que o presidente fará à Alemanha, para o encontro de cúpula do G20.
Temer cobrou fidelidade de seus aliados. Determinou empenho para garantir que as bancadas dos partidos de sua base votem contra o prosseguimento da denúncia e insinuou que aqueles que não trabalharem a seu favor podem ser punidos caso o governo sobreviva, de acordo com relatos dos presentes.

No encontro, o presidente entregou a cada um dos ministros uma cópia da defesa que foi protocolada por seus advogados na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara nesta quarta (5).

Ele citou as falhas que diz haver na denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot, e pediu que sua equipe convença os deputados de que não é possível abrir uma ação criminal contra um presidente da República sem provas concretas.

Apesar do tom duro, Temer demonstrou otimismo com as votações na CCJ e no plenário da Câmara, que podem ocorrer até agosto. Quase todos os ministros presentes discursaram a favor do presidente e prometeram trabalhar para que seus partidos o apoiem durante o processo.


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