O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva bem que tentou se esquivar de responder se candidataria ou não para a presidência da República em 2022, mas no final das contas acabou escancarando: “se for necessário” irá para a “briga”. “Se eu estiver com saúde e for necessário cumprir mais uma tarefa, pode ficar certo que eu estarei na briga, mas não é minha prioridade”, disse nesta sexta-feira (02/04) em entrevista ao canal português RTP.
No entanto, diz que ainda é cedo para falar sobre 2022 e que há problemas que extrapolam qualquer candidatura. “Necessariamente eu não preciso ser candidato a presidente da República. Obviamente eu não vou dizer que não sou e nem vou dizer que sou. Nós vamos esperar chegar 2022 e precisar saber como estará os quadros políticos.”
Segundo Lula, o que não dá para admitir é uma reeleição de Jair Bolsonaro. O atual presidente representa uma ameaça e o desprestígio global do Brasil. “A única verdade que eu sei é que Bolsonaro não pode continuar governando o Brasil, porque o Brasil é um país generoso. O povo brasileiro é generoso. O Brasil não tem contencioso com nenhum país do mundo e o Bolsonaro criou contencioso com todos os países achando que o Trump iria lhe ajudar. Acontece que o Trump perdeu as eleições. E agora, Bolsonaro ficou sem Trump e sem credibilidade internacional. O Brasil precisa ser mais importante do que qualquer candidatura.”
As críticas ao presidente da República não pararam. Segundo Lula, Bolsonaro “não cuidou da questão da Covid-19” como deveria. “Receitou remédio”, se referindo ao kit covid-19 composto pela hidroxicloroquina e ivermectina, medicamentos que não possuem comprovação científica no combate à pandemia, além de desrespeitar a ciência.
“Temos um presidente que não cuidou da questão da Covid-19 com carinho e respeito. O tempo inteiro ele receitou remédio, disse que era uma gripezinha e disse que não era para as pessoas evitarem aglomeração. O tempo inteiro ele desrespeitou a ciência e os médicos brasileiros. Eu estou interessado em 2021 em garantir que todo o brasileiro tome vacina. Em garantir que o povo brasileiro ganhe um salário emergencial de pelo menos 600 reais para se manter. EU estou disposto a brigar para que os pequenos e micro empresários recebam também uma ajuda emergencial até terminar a covid-19 e estou interessado que o país tenha uma política de geração de empregos”, disparou.
Por isso, ele diz que não se preocupa com um futuro político em 2022 mas pensa atualmente. Na falta de um presidente atuante no combate à pandemia, ele mesmo quer ter esse protagonismo. “E a verdade venceu quando você pergunta sobre futuro político é dificil uma pessoa de 75 anos de idade ficar pensando muito no futuro político. Eu quero viver a cada dia e neste instante minha preocupação política é em 2021 porque primeiro precisamos vacinar todo o povo brasileiro”, salientou.
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