21 de dezembro de 2024
Frente ampla divergente • atualizado em 09/06/2022 às 17:38

Se divergências entre partidos da federação em Goiás continuarem, direção nacional baterá o martelo, diz presidente do PV

Ainda não há consenso entre o nome que encabeçará a chapa majoritária, tampouco aquele que irá disputar o Senado Federal
Presidente do PV, Cristiano Cunha em entrevista ao Diário de Goiás (Foto: Reprodução/DG)
Presidente do PV, Cristiano Cunha em entrevista ao Diário de Goiás (Foto: Reprodução/DG)

Há pouco menos de um mês para as convenções partidárias, a Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PV e PCdoB ainda encontra divergências em torno do nome que representará a candidatura majoritária nas eleições de 2022. Sequer há uma definição sobre a pré-candidatura ao Senado. Hoje, dois nomes tentam espaço: a ex-deputada estadual, Denise Carvalho e o presidente do PV, Cristiano Cunha que concedeu entrevista ao Diário de Goiás nesta quinta-feira (09/06).

Os nomes podem aumentar ainda mais se uma coligação com o PSOL e a Rede Sustentabilidade sair do papel. É que a ex-candidata a prefeita de Goiânia, Manu Jacob e a presidente do PSOL, Cíntia Dias tentam viabilizar seus nomes ao Senado e ao Governo de Goiás. Há também a possibilidade do ex-governador José Eliton, do PSB, que desistiu da disputa ao Palácio das Esmeraldas, retomar sua pré-candidatura. De acordo com Cristiano, o deputado federal Elias Vaz tenta demover o ex-tucano da desistência.

Se o clima de divergência perdurar até lá, Cristiano diz que a direção nacional da Federação é quem fará as definições estaduais. “Está definido no estatuto da federação”, explica. Mas Cristiano cobra celeridade. “Se deixar para a última hora, a candidatura fica inviável”, pondera. “Todos os pré-candidatos já estão nas ruas, viajando, trabalhando seus nomes. Só a federação que ainda não definiu o nome e não sabe para onde vai”, lamenta.

Leia a entrevista na íntegra do Diário de Goiás:

Domingos Ketelbey: A nível nacional, a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) parece ter firmado um bom diálogo com o PSOL, Rede Sustentabilidade, PSB e até mesmo o Solidariedade. Aqui em Goiás, a gente vê um cenário diferente e essas legendas estão com algumas arestas no diálogo. O que falta para a frente ampla se firmar de fato e esses partidos caminharem de fato, unidos?

Cristiano Cunha: Eu já cobrei reuniões desde a semana passada com a Katia do PT, eu não sei se eles estão aguardando a agenda do sábado, dia 11. Hoje, o PV se encontra com o governador Ronaldo Caiado. A gente tenta honrar um compromisso anteriormente assumido. A gente tenta isso. Mas ele sabe da situação da Federação e sabe da dificuldade que temos vivido até aqui e até agora a Federação não tomou decisão se vai ser o candidato Wolmir ou se vai entrar em uma coligação. O prazo urge, eu sempre deixo claro em todas as reuniões da federação que todos os pré-candidatos já estão nas ruas e a gente nem definiu ainda quem será os candidatos. O Wolmir ontem pela primeira vez essa apreensão dele e ansiedade, caso ele seja escolhido para a campanha ao Governo.

Domingos Ketelbey: Mas porque essa apreensão? O PT já não bateu o martelo que o pré-candidato será o Wolmir Amado? O ex-governador José Eliton até já não retirou seu nome do pleito?

Cristiano Cunha: Sim, o José Eliton tirou o nome dele, mas eu vi foi pela imprensa, onde o deputado Elias Vaz estava conversando novamente com o José Eliton para voltar ao nome dele como pré-candidato. Isso ai também não foi colocado. Como eu te disse, a gente não fez outra reunião. A última reunião da federação feita foi em Brasília há quinze dias.. Foi dito lá a questão do nome do Wolmir e o do nome do José Eliton, quando retornamos de Brasília, o José Eliton me ligou para dizer que ele estaria retirando a candidatura dele e com esse prazo do PT. Até agora então está o nome do Wolmir. Lembrando que a federação é formada pelos três partidos. Não adianta o PT querer definir que o nosso candidato é o A sem que haja uma uniformidade.

Se houver divergência, a questão será levada para a nacional que escolherá o nome. 

Domingos Ketelbey: Esse clima de indefinição e a demora na escolha do nome atrapalha de certa forma a construção das candidaturas da federação?

Cristiano Cunha: Eu acho que prejudica porque tá todo mundo viajando e percorrendo o Estado com suas pré-campanhas. Se restar apenas a convenção para o candidato da Federação ou o candidato que a Federação apoiar ir para a campanha ele vai ter apenas quarenta e cinco dias. Acho que é pouco para percorrer todo o estado de Goiás. Fica uma candidatura inviável se deixar para cima da hora.

Domingos Ketelbey: Última vez que falamos, o senhor defendeu o nome do ex-governador José Eliton para representar a Federação em uma pré-candidatura ao Governo de Goiás. Com a desistência dele, acredita que o Wolmir pode representar a federação nas eleições ou defende outro nome?

Cristiano Cunha: Eu não conhecia o Wolmir. Depois o PT fez uma reunião para que nos conhecêssemos pessoalmente. É uma pessoa excepcional, carismática, leve. O que peca é a falta de conhecimento político. Digo, ele nunca foi candidato a vereador ou qualquer outro cargo eletivo. Acho que isso dificulta, diferentemente do ex-governador José Eliton que tem uma penetração política maior, em contrapartida ao Wolmir. Mas o Wolmir tem a Universidade Católica, a Igreja que tem uma penetração grande também. A federação tem dois excelentes nomes em discussão. Isso também pesa.

O José Eliton falou que tá disposto, caso seja o candidato da Federação, mas se for ele tem que voltar a conversar e tem que ser logo. A preocupação tanto dele como do Wolmir Amado é a questão do tempo. O Wolmir já deixou muito claro isso. As pré-campanhas estão nas ruas, os pré-candidatos estão a todo o vapor correndo pelo estado. Até agora a Federação não definiu o nome nem para onde vai.


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