28 de novembro de 2024
Brasil

Se depender da oposição no Senado, indicação de Eduardo à Embaixada será barrada

Se depender da oposição no Senado ao governo Bolsonaro, Eduardo não irá à Washington e o presidente terá de indicar outro nome ao cargo. Ao menos é o que diz o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá e líder do setor oposicionista. Ele garante, que seu grupo, tem hoje, 41 votos suficientes para impedir a nomeação. As informações são da Revista Veja.

Randolfe, avalia no entanto, que a articulação do Palácio do Planalto pode alterar o cenário e uma votação secreta poderia beneficiar o plano do presidente em alçar seu filho ao principal posto diplomático do Brasil no exterior. Como estratégia, Rodrigues planeja fazer com que os senadores votem contra anunciem seus votos. O senador taxa a indicação como “constrangedora”. “Seria muito desgastante e vergonhoso para a instituição aprovar o filho do presidente para um dos principais postos da diplomacia. O senhor Bolsonaro não é da carreira do Itamaraty e não tem condições técnicas nem atributos para o cargo”, afirmou.

Quem endossa o discurso de Randolfe é o senador do PSD, da Bahia, Angelo Coronel. Para ele, quando Jair indica um filho ao posto, ele menospreza os diplomatas de carreira. “Ser filho do presidente, falar inglês, fazer hambúrguer e ser amigo da família Trump não são predicados pra assumir importante cargo em detrimento de outros nomes de carreira, gabaritados. Ele terá que mostrar o seu currículo e sua capacidade para sua indicação ser aprovada. Está parecendo capricho do pai querendo agradar o filho”, avalia.

O senador parece estar correto. Já na última sexta-feira (12/07), assim que a possibilidade da indicação ganhou mais corpo, a Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) publicaram uma nota posicionando-se indiretamente ao assunto. Sem citar nomes, falaram que contam em seu grupo que possuem 1600 funcionários de carreira, com “gente preparada e qualificada para assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos”.

A nota destacava os esforços que diplomatas fazem ao longo de suas carreiras para se capacitarem com estudos e passando, inclusive por meio de concursos. “Iniciamos a carreira com uma formação ampla e consistente, por meio de um dos concursos mais rigorosos da administração pública, proporcional às exigências da atuação que precisamos ter dentro e fora do País”.

Confira o posicionamento na integra:

A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) recorda que, atualmente, mais de 1.500 diplomatas representam o País e defendem os interesses nacionais nas embaixadas, consulados e delegações junto a organismos internacionais, além de trabalharem em diversos órgãos do governo federal — inclusive na Presidência da República -, nos quais se encontram, hoje, mais de sessenta diplomatas cedidos.

Os diplomatas atuam em questões fundamentais nas áreas cultural, ambiental, econômica, comercial, proteção e defesa dos direitos humanos, cooperação, paz e segurança internacionais, dentre outras.


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