O SBT voltou atrás e confirmou a participação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Programa do Ratinho, exibido na noite da última segunda-feira (15). A emissora havia informado anteriormente que a presença do parlamentar estava cancelada, informação que chegou a ser confirmada ao portal Metrópoles, mas posteriormente esclareceu que houve um equívoco interno.
De acordo com a assessoria do SBT, a confusão ocorreu porque a equipe associou a demanda sobre Flávio Bolsonaro ao cancelamento do especial de Natal do cantor Zezé Di Camargo. O artista rompeu com a emissora após criticar a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outras autoridades no evento de lançamento do SBT News, o que gerou reação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. No mesmo dia, Flávio Bolsonaro publicou um vídeo em apoio ao cantor.
Após o episódio, o senador fez críticas públicas ao SBT, afirmando que a participação de autoridades no evento contrariaria valores que, segundo ele, estariam historicamente ligados à emissora. Flávio declarou ainda que chegou a ser convidado para o lançamento do SBT News, mas não compareceu por motivos pessoais.
Paralelamente, o SBT decidiu cancelar a exibição do especial Natal é Amor, gravado por Zezé Di Camargo. Segundo a emissora, a decisão foi tomada após avaliações internas, e uma nova atração deverá ser anunciada para ocupar o horário anteriormente destinado ao programa especial.
Tensão no ao vivo
Durante o programa, Ratinho fez questão de afirmar que a emissora não adota posicionamento ideológico e que o papel da televisão aberta é representar a pluralidade do país. Ele defendeu que o SBT sempre seguiu esse princípio desde a fundação por Silvio Santos, sem distinção entre governos ou partidos. “O SBT tem que mostrar o Brasil, o SBT não tem lado”, disse.
Flávio Bolsonaro, no entanto, discordou do apresentador e afirmou que veículos de comunicação e comunicadores podem, sim, ter lado. Segundo o senador, a neutralidade deveria ser exigida apenas de integrantes do Judiciário, em uma crítica indireta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Durante a entrevista, Flávio falou sobre o STF, a prisão de seu pai, Jair Bolsonaro, propostas para a saúde e principalmente segurança pública. Ele defendeu a anistia aos envolvidos nos protestos de 8 de janeiro de 2023 e afirmou que, se eleito, concederia o perdão judicial a seu pai e a todas as pessoas “presas injustamente”. Flávio afirmou que cerca de 70% dos parlamentares enfrentam problemas para trabalhar em razão da falta de liberdade de expressão.
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