18 de novembro de 2024
Saúde • atualizado em 05/02/2024 às 10:32

“Saúde não é mercadoria”, afirma presidente do Sindsaúde sobre proposta de terceirização do Samu

A secretaria de Saúde informou ao Diário de Goiás que está sendo montada uma comissão para discutir o assunto com representantes da Saúde
Léia relembra que o Samu de Goiânia já foi referência, e hoje está completamente sucateado e sem uma manutenção adequada para o atendimento. (Foto: SMS).
Léia relembra que o Samu de Goiânia já foi referência, e hoje está completamente sucateado e sem uma manutenção adequada para o atendimento. (Foto: SMS).

Em entrevista ao Diário de Goiás nesta segunda-feira (5), a presidente do Sindsaúde, Léia Vieira afirmou que o sindicato vê com maus olhos a sugestão do atual secretário de Saúde do município, Wilson Pollara de terceirizar o serviço do Samu na capital. “A saúde não pode ser tratada como mercadoria”, alegou a presidente. Vale lembrar que a proposta também está sendo rejeitada pelo presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Goiânia (Sindigoiânia), Ronaldo Gonzaga.

Segundo a presidente do Sindsaúde a não organização do serviço, a falta de investimento e o sucateamento são a “situação ideal” da prefeitura para ter uma justificativa para a privatização. “Hoje, em Goiânia e no Estado de Goiás, a iniciativa privada tem muito mais do que 70% da prestação de serviço do SUS. Então, está errado. Isso é uma forma que se encontrou no Estado de Goiás de obter lucro com o sofrimento e com a doença da população. E a gente não pode permitir que isso aconteça”, afirmou.

A secretaria de Saúde informou ao Diário de Goiás que segue analisando as medidas mais adequadas para solucionar os problemas apontados e que está sendo montada uma comissão para discutir o assunto. Haverá representantes da SMS, do Sindsaúde, Fundach e do Conselho Municipal de Saúde. A data para o debate não foi informada pela secretaria.  

Léia relembra que o Samu de Goiânia já foi referência, e hoje está completamente sucateado e sem uma manutenção adequada para o atendimento à população. “Eu não sei o que tem acontecido, se é má gestão, se é falta de planejamento. O fato é que o Samu, já há muito tempo, tem várias ambulâncias baixadas. O tempo de resposta do atendimento é um tempo muito alto, em função de que você tem poucos veículos e os profissionais acabam sem condição de atender os chamados. Isso é muito grave”, frisou.

Entenda o caso

Servidores da rede municipal de Saúde que atuam no Samu Goiânia reclamam do sucateamento e das más condições de trabalho. Em meio às reivindicações, o atual gestor da Secretaria de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara sugeriu a terceirização do serviço.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), alega que vem recebendo notificações de diversos órgãos e instituições, dentre eles o Ministério da Saúde, Ministério Público e municípios da Região Metropolitana sobre inconformidades no Samu, e que está analisando as medidas mais adequadas para solucionar os problemas apontados.

Porém, o presidente do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Goiânia (Sindigoiânia), Ronaldo Gonzaga, se pronunciou se opondo à sugestão de terceirização proposta pelo secretário. “Eles estavam pensando em terceirizar o serviço com a Fundahc, mas a questão da terceirização está descartada. Eu tenho certeza de que o prefeito Rogério não vai fazer isso com o servidor”, disse Gonzaga.

Ronaldo aguarda um posicionamento do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), para chegarem a um consenso. Já a presidente do Sindsaúde, Léia Vieira, afirma que registrou uma denúncia no Ministério Público para o estudo do caso.


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