O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), afirmou que três pontos devem ser analisados para explicar apenas o afastamento do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) Alisson Borges. Na manhã de quarta-feira (20), a Prefeitura de Goiânia foi alvo de operação da Polícia Civil que investiga o esquema de corrupção, sendo cumpridos 32 mandados de busca e apreensão no Paço Municipal.
Questionado sobre o motivo de apenas o presidente da Comurg Alisson Borges ter sido afastado, sendo que havia outras pastas envolvidas, Rogério Cruz afirma que três pontos diferentes devem ser analisados. Além da Companhia, as investigações também têm como alvo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), a Secretaria Municipal de Administração (Semad) e a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), que supostamente teriam núcleos compostos por servidores responsáveis por licitações e contratos fraudados.
Sobre o titular da Seinfra, Denes Pereira Alves, o prefeito defende que as equipes policiais estiveram na casa dele e solicitaram a busca e apreensão do celular, que foi entregue com a senha já liberada. De acordo com ele, o aparelho foi devolvido logo em seguida.
“Estiveram na Seinfra e não encontraram nada, não levaram nenhum processo, nenhum documento físico da Secretaria, apenas dois pendrives que tinham fotos das obras e um relatório que foi enviado para a Câmara. Levaram o computador de videoconferência que ele tem na Seinfra e o iPad dele, que também até agora não há nenhuma manifestação contrária do que se dizia pela Polícia Civil”, explicou.
Áudio gravado pelo jornalista Altair Tavares.
Outros pontos
Em relação ao presidente da Amma Luan Alves, o prefeito informou que a polícia também esteve na casa dele e encontraram os armamentos, sendo que todos foram registrados. Ainda segundo ele, Luan não foi conduzido para a delegacia.
“Confirmaram o registro e liberaram as armas. Em seguida encontraram o valor que ele vai apresentar para a Polícia Civil, que é o valor que está declarado no Imposto de Renda dele, que pode ficar na casa um certo valor, qualquer um de nós podemos fazer isso. Então, acredito que até aí está tudo em ordem, não tem problema nenhum”, disse.
Já no que se refere ao afastamento de Alisson Borges, o prefeito afirmou que o valor encontrado na casa do presidente da Comurg não foi justificado. “Então, são ações completamente diferentes e que outras demais ações só podemos tomar atitudes com segurança, após ter acesso integralmente a todos os autos e inquéritos que ainda não foram apresentados”, relatou.
Renúncia
Por meio de nota, a Comurg se manifestou afirmando que colabora com as investigações da Polícia Civil e contribui para o acesso das equipes aos documentos necessários. Sobre a renúncia, a Companhia informou que o presidente Alisson Borges possui “pretensão político eleitoral no ano de 2024, razão pela qual já teria que se descompatibilizar do cargo até o dia 6 de abril”.
“Sendo assim resolveu antecipar sua saída, apresentando nesta data ao prefeito Rogério Cruz, seu pedido de renúncia do cargo”, afirma a nota.
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