A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia e o Hospital Araújo Jorge correm o risco de paralisar novos atendimentos no próximo mês por falta de repasse de recursos. Na manhã de hoje (20), os diretores das instituições deram uma entrevista coletiva para falar da situação, no auditório do Hospital Araújo Jorge.
Segundo os diretores, cerca de 30% do repasse do mês de outubro não foi entregue às unidades de saúde, e o valor total do mês de novembro também não foi repassado. De acordo com eles, são R$ 80 milhões que não tem previsão de recebimento.
De acordo com o superintendente administrativo da Santa Casa, Aderrone Vieira, “os atendimentos ainda continuam sendo mantidos. Mas quando ocorre um desequilíbrio financeiro é muito complicado porque nós temos que lidar com os fornecedores. Nós estamos preparando a população para uma possível falha de atendimento.”
Ainda segundo o superintendente administrativo da Santa Casa, a situação do hospital é mais complicada que a do Araújo Jorge, pois a gestão começou há apenas dez meses, ou seja, eles tiveram menos tempo para fazer as medidas administrativas para contenção de custos. “Nesse tempo nós conseguimos fazer um caixa mínimo para honrar a folha de pagamento de dezembro, o 13° e o abastecimento do hospital”, disse ele.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia deveria fazer o repasse do dinheiro , mas ainda não realizou a transferência e de acordo com Aderrone, ela alega problemas burocráticos. Segundo ele, a Secretaria de Finanças do município alterou o procedimento e está tratando os hospitais como fornecedores comuns. “Nós não somos fornecedores comuns, tratamos com vidas, somos responsáveis pela sociedade”, declarou o superintendente.
O dinheiro vem do Ministério da Saúde para a Secretaria da Saúde, que por sua vez pega a fatura do hospital e faz o repasse. “Nós temos a informação que esse recurso chegou no dia 5 de janeiro, e até agora ele não foi repassado para as unidades de saúde que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade de Goiânia”, declarou o superintendente.
O presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), Alexandre Meneghini, afirmou que a reserva de recursos acabou e a realidade é de dificuldades no pagamento dos fornecedores e das equipes médicas, o que coloca em risco o funcionamento do hospital. “A falta de repasse coloca em risco todos os tratamentos da unidade”.
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