03 de outubro de 2024
Saúde pública • atualizado em 03/10/2024 às 18:51

Santa Casa denuncia que emendas recebidas pela Prefeitura não foram repassadas à instituição

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia frisa, porém, que todas as emendas municipais foram pagas e que o prazo para o repasse das federais vai até o dia 31 de dezembro deste ano
Foto: Mariana Carneiro
Foto: Mariana Carneiro

Em entrevista ao Diário de Goiás, nesta semana, a Superintendente Geral da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Irani Ribeiro, afirmou que a unidade hospitalar aguarda os pagamentos de repasses de verbas da Prefeitura de Goiânia, referentes aos meses de março e de julho.

O valor em atraso soma R$ 13,6 milhões, de acordo com a instituição. Dentre as verbas que não foram repassados pelo Poder Executivo municipal, estão, conforme a diretora, duas emendas destinadas pelos deputados federais Adriana Accorsi (PT) e Ismael Alexandrino (PSD), nos respectivos valores de R$R$ 400.000,00 e R$ 2.245.000,00, totalizando R$ 2.645.000,00.

“O dinheiro das emendas já está no município e eles não repassam para a gente. Assumimos um compromisso com esse recurso junto aos parlamentares, e começamos a fazer esse trabalho. Todos os dias pedindo e eles falam, ‘na próxima semana’. Desde julho, que eles se pactuaram conosco para repassar esse recurso”, descreve Irani.

Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclareceu que em 2024, a Prefeitura de Goiânia “já pagou um total de 26 emendas à Santa Casa de Misericórdia, totalizando R$ 4.716.575,58”. A afirmativa, entretanto, é de que “todas as emendas municipais foram pagas” e, “agora o município trabalha para pagar as federais”. O prazo, conforme a pasta, é até 31 de dezembro. “Portanto não há nada em atraso”, frisa.

Crise na Santa Casa

De acordo com a superintende da Santa Casa, atualmente, 96% dos atendimentos e dos leitos disponíveis dependem das verbas advindas do Sistema Único de Saúde (SUS), que são enviadas pelo Ministério da Saúde. “Nós trabalhamos no limite do nossos recursos. A Santa Casa depende muito do SUS”, acrescenta.

Irani ainda descreve que, além da tabela de valores do SUS estar defasada em relação aos valores de mercado, a instituição ainda enfrenta as dificuldades de não receber e ter que custear atendimentos com recursos próprios.

“Estamos trabalhando com muita dificuldade, principalmente na área de cardiologia, na área de cirurgia vascular, em que nós somos referência do Estado de Goiás. Porque nós precisamos de órgãos, de próteses e, hoje, os valores estão acima do que nós recebemos do SUS. Além de não ter recebido para podermos comprar, eu ainda tenho que comprar mais caro e eu não estou recebendo essa diferença”, afirma.

A esperança exposta pela diretora da Santa Casa é para que a futura gestão municipal salde a dívida com a unidade de saúde e se comprometa a regularizar os pagamentos pendentes da gestão atual. “Vamos ver se o próximo prefeito reconhece essa nossa dificuldade”, enfatizou.


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