07 de agosto de 2024
Leandro Mazzini

Salvaram a Sete

 

Numa reunião no Palácio do Planalto ontem pela manhã, a presidente Dilma Rousseff comandou uma operação de salvamento da Sete Brasil, maior empresa parceira da Petrobras criada para fornecer plataformas para a exploração do pré-sal – os contratos giram em torno de US$ 27 bilhões. Mas por que ? A Sete tem dinheiro de fundos de pensão estatais, BNDES, e do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, novo amigo de infância do ex-presidente Lula – que continua a mandar no Governo.

Foi com vistas a esta reunião que há poucos dias a Sete de repente pediu à CVM – Comissão de Valores Mobiliários a permissão para abrir seu capital, sem venda de ações ainda na Bolsa. No encontro de ontem, participaram além de Dilma o presidente do BDNES, Luciano Coutinho, e outros executivos e membros do governo. Sem ter como injetar mais dinheiro na empresa, o Governo vai buscar parceiros para a Sete no mercado.

A Sete é a principal fornecedora das futuras plataformas de exploração do esperado óleo do pré-sal em alto-mar. E com dinheiro da União. Seu último diretor, Pedro Barusco, é alvo da Operação Lava Jato e suspeito de desvio de quase US$ 100 milhões.

Pelo visto, está à deriva nesse mar de dúvidas sobre seu futuro, cujo comando fica a milhares de quilômetros da costa.

O dinheiro virtual do Brasil

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem a faca e o queijo na mão para mudar a situação da economia no Brasil. Resta saber se ele será de fato o ministro, ou é a presidente Dilma Rousseff quem continuará a comandar a equivocada política econômica que levou o Brasil à recessão. Porque Guido Mantega era seu fantoche.

É muito comum encontrar atualmente cenários no macro e grande mercado o efeito dominó nas contas: você aguarda um pagamento, mas não é executado porque quem o repassará também aguarda um pagamento, e este não sai porque o devedor ainda espera a execução de uma dívida. E o ciclo não fecha. É assim o atual cenário entre empresas, cidadãos e nos governos estaduais, municipais e federal. O dinheiro do Brasil sumiu, ficou virtual. Tal como os orçamentos da União e Estados – aquela peça de ficção que se consolida ao fim do ano, quando evidencia-se a virtualidade dos projetos.

Então voltamos a depender muito dos investimentos diretos do mercado internacional. Desta forma, a  economia do Brasil precisava de um nome internacional que gerasse contentamento e trouxesse credibilidade. O nome de Henrique Meirelles, o ex-presidente do Banco Central que segurou por oito anos o governo Lula, era o mais citado. Dilma não o queria. Garimpou na praça então um potencial sucessor de Meirelles no quesito crédito e bom trânsito internacional. Encontrou Levy, o nome dos banqueiros, do BID e do Banco Mundial. O boa praça que entra e sai da sede destas instituições e do FMI quando quer.

Levy seria o presidente do BC ou ministro da Fazenda ganhasse Marina Silva ou Aécio Neves a eleição presidencial. Não pelo nome, pelo perfil afinado com os banqueiros. Ou é ingênuo quem acredita que a presidente Dilma manda na economia.

Um tiro em nós

O atentado à redação da revista Charlie Hebdo em Paris que resultou na morte de 12 pessoas (quatro estão em estado crítico) foi contra todos nós. Em se tratando de globalização, o terrorismo hoje derruba distâncias e fronteiras. Inertes e imunes, todos pensávamos ser essa facção Estado Islâmico algo distante lá no deserto do Oriente Médio decapitando inocentes , algo ‘normal’ assistido à noite no noticiário de TV. De repente, o Ocidente acorda sob tiros de AK 47 ricocheteando em suas paredes com ecos vindos de Paris. São tiros certos na liberdade de expressão de todos nós, porque assim o terrorismo caça, em qualquer parte do mundo, quem critica e denuncia.

Que o mundo acorde e se levante de vez contra essa barbárie chamada EI – Estado Islâmico.  


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