Brasília – O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, disse nesta quinta-feira, 27, que, apesar da expectativa cada vez mais crescente do mercado financeiro de que haverá um resultado fiscal negativo este ano, não é possível considerar já essa hipótese. “Não dá para considerar déficit no ano. Continuamos perseguindo a meta”, afirmou.
No mês passado, o Ministério da Fazenda anunciou redução da meta fiscal de 1,13% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,15%. Ele ressaltou, que, no último quadrimestre do ano, a performance das contas públicas costuma ser melhor.
Saintive considerou ainda impactos positivos de “diversas medidas” e que receitas também podem vir de concessões. “Concessões são receitas extraordinárias, mas que contam. Continuamos perseguindo a meta”, reforçou.
O caixa do governo federal recebeu um reforço extra de receitas de concessões de R$ 1,416 bilhão em julho. Esse resultado representa uma queda real de 8,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando somou R$ 1,549 bilhão.
No mês passado, o governo não obteve receitas com dividendos de empresas estatais. Em junho, o ganho com esses dividendos foi de R$ 448 milhões e, um ano antes, de R$ 5,2 milhões. No acumulado do ano até julho, os dividendos somaram R$ 3,442 bilhões a preços atualizados e R$ 3,365 bilhões a preços correntes, uma queda de 70,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Sobre o fato de o governo não ter conseguido recursos com dividendos em julho, Saintive afirmou que não existe um cronograma para esse recebimento. “Está na nossa programação financeira uma quantia que não parece que será frustrada. Não há preocupação em relação aos dividendos”, disse. Ele acrescentou ainda que uma comparação de entradas ou saídas desse recursos em um mês na comparação com idêntico mês do ano anterior nem sempre é a melhor maneira de se fazer uma relação
Gasto público
O secretário do Tesouro Nacional disse também que repetidamente o órgão vem enfatizando a necessidade de o País discutir a qualidade e a eficiência do gasto público e que, a partir daí, começa a discutir receitas alternativas. Questionado sobre se o governo gasta bem os seus recursos, o secretário respondeu: “Sim, performa bem, mas sempre pode ser melhorado” e, em seguida, deu como exemplo, o programa de financiamento estudantil, o Fies.
(Estadão Conteúdo)
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