22 de dezembro de 2024
LEVANTAMENTO

Saidinha de Natal: 4,8% dos detentos não voltaram para a cadeia; Goiás não concedeu o benefício

Em Goiás, Caiado afirmou ser contra a ‘saidinha’ em feriados pois os presos podem cometer crimes irreversíveis
Oito estados, dentre eles Goiás, não concederam o direito. (Foto: Seape)
Oito estados, dentre eles Goiás, não concederam o direito. (Foto: Seape)

No Brasil, 56.924 presos receberam o benefício de “saidinha de Natal” e, destes, 4,8% não retornaram aos presídios. Oito estados, dentre eles Goiás, não concederam o direito. As informações são de um levantamento realizado pela Folha a partir das informações coletadas das secretarias estaduais responsáveis pelo sistema penitenciário.

Em relação aos estados que não concederam a saidinha estão Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte e Tocantins. Cabe às Varas de Execução Penal de cada estado avaliar se permite ou não que os presos recebam o benefício.

Durante uma coletiva de imprensa sobre o balanço anual da Secretaria da Segurança Pública de Goiás, o governador Ronaldo Caiado (UB), em informação confirmada ao Diário de Goiás, afirmou ser contra as saidinhas dos presos em feriados.

Cenário nacional

Os estados em que mais detentos deixaram de retornar para os presídios foi o Rio de Janeiro, com 14%, o Pará, com 12%, e o Ceará, com 9%. Em números absolutos, São Paulo foi o estado em que mais presidiários foram beneficiados com a saidinha, com 34.547 pessoas, sendo que 5% não retornaram.

Conforme os dados, ao menos 151 pessoas, ou seja, 5,5% dos presos que não retornaram após a saidinha foram recapturados.

Em Goiás

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, justificou ser contra as saidinhas devido a chance para que os bandidos retornem às práticas que podem ser irreversíveis, afirmando que “as pessoas têm que cumprir a pena e pronto, acabou”. Caiado ainda relembrou um caso que aconteceu em Minas Gerais, em que um homem recebeu o benefício, não retornou e se tornou suspeito de um outro crime.

“Os fatos comprovam que são momentos onde as pessoas se acham no direito de voltar à prática do crime. Todo mundo está ali com a família e de repente vem aquele cidadão que acha que, ao ter aquela ‘saidinha’, ele pode voltar à rotina dele, de poder matar alguém ou de querer praticar um assalto”, destacou Caiado.


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