12 de setembro de 2024
Mistério

Saiba quem são o indigenista e o jornalista inglês desaparecidos no extremo Oeste do Amazonas

Embaixada inglesa em Brasília já foi acionada em razão do desaparecimento dos profissionais
Indigenista seria alvo de ameaças de madeireiros e garimpeiros que tentam invadir terras indígenas na região. (Foto: reprodução)
Indigenista seria alvo de ameaças de madeireiros e garimpeiros que tentam invadir terras indígenas na região. (Foto: reprodução)

Um informe confirmou, nesta segunda-feira (6), que o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian, estão desaparecidos desde há mais de 24 horas no Vale do Javari, extremo Oeste do estado do Amazonas. O documento, emitido pela União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), informou que Phillips estava indo entrevistar indígenas, acompanhado de Bruno, em uma região chamada de Lago do Jaburu.

De acordo com as organizações indígenas e o The Guardian, que também já noticiou o fato em seu portal, o indigenista já seria alvo de ameaças de madeireiros e garimpeiros que tentam invadir terras indígenas na região há algum tempo. Além disso, Sydney Possuelo, ex-presidente da Funai, também acionou a embaixada inglesa em Brasília em razão do desaparecimento dos profissionais com o objetivo de solicitar providências junto ao governo brasileiro.

Enquanto o assunto chega as autoridades (o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Exército também já foram acionados para auxiliar nas buscas.), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) também enviou uma equipe de buscas à região. As últimas notícias sobre Bruno e Dom é de que os dois estariam entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Ainda de acordo com as atualizações, os dois chegaram ao local de destino na noite da última sexta-feira (3) e, no domingo, retornariam pela manhã para a cidade de Atalaia do Norte, mas pararam na comunidade São Rafael. Neste município, o indigenista faria uma uma reunião com um membro da comunidade apelidado de Churrasco.

“Pelo que consta nas informações trocadas, via Dispositivo de Comunicação Satelital [SPOT, na sigla em inglês], eles chegaram na comunidade São Rafael por volta das 6h, onde conversaram com a esposa do Churrasco, visto que este não estava na comunidade e depois partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado por volta de 8h, 9h na cidade, o que não ocorreu”, informa parte da nota das associações indígenas.

Com isso, uma equipe de busca saiu de Atalaia do Norte na tarde de domingo e percorreu o mesmo trecho que Bruno e Dom Phillips supostamente teriam percorrido, mas não foram encontrados. Eles foram vistos por último na comunidade São Gabriel com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte.

Bruno e Dom

Sobre as ameaças de madeireiros e garimpeiros contra Bruno, várias também vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International, afirmou a Univaja.

Já Dom, de acordo com a reportagem do The Guardian, é conhecido por seu amor pela região amazônica. Atualmente residindo em Salvador, na Bahia, o jornalista está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson e escreve, também, há mais de 15 anos para o Washington Post, New York Times e o Financial Times.


Leia mais sobre: / Brasil

Comentários