Preso nesta segunda-feira (22) após mandado de prisão preventiva pela Polícia Federal, Gilberto Gonçalves é prefeito de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, Alagoas, e o primeiro político que vai pra cadeia por relação com o ‘orçamento secreto’. Ele é um dos investigados no desdobramento da operação Beco da Pecúnia e, também, suspeito de usufruir de parte dos mais de R$ 23 milhões em emendas em 2021 e 2022 do qual foi beneficiado.
Aliado de Arthur Lira e Gilberto é apontado como chefe de uma organização criminosa instalada na Prefeitura de Rio Largo. Há algumas semanas, o político, que já foi preso outras vezes, havia sido alvo de busca e apreensão. Em seu celular, encontrado pelos agentes da PF num terreno baldio ao lado de sua residência, revelou gestões para obstruir as investigações. A acusação, segundo O Antagonista, é de que ele usou empresas de fachada para desviar recursos da saúde e da educação.
Segundo o inquérito do caso, R$ 10,6 milhões, quase metade do valor das emendas, foram enviados da Prefeitura direto para às empresas Litoral e Reauto e sacados por seus sócios, apontados como laranjas. A empresa Litoral não possui sequer empregados e sua sede funciona num hotel, e pertence a Adson Lima da Silva, filho de Ailton José da Silva, dono da Reauto, a outra empresa. Ao todo, as duas empresas receberam da Prefeitura mais de R$ 62 milhões, na gestão de Gonçalves.
A Operação Beco da Pecúnia também investiga desvios de recursos municipais, que inclui uma série de 185 saques no valor de R$ 49 mil feitos por uma empresa contratada do município e que seriam usados para pagamento de propina a servidores municipais. A defesa de Gonçalves afirmou que ele está sendo acusado de interferir nas investigações da ação, e informou que já está atuando no caso, mas ainda não deu detalhes sobre quais medidas a defesa do prefeito irá interpor.
Leia mais sobre: Corrupção / orçamento secreto / Política