10 de agosto de 2024
Saúde

Saiba o que é o PMMA e os riscos do uso do componente em procedimentos estéticos

Na última semana, uma digital influencer morreu após se submeter a um procedimento nos glúteos, com a substâncias
Foto: Divulgação
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Componente plástico com diversos tipos de aplicação, tanto na saúde quanto em setores produtivos, o polimetilmetacrilato (PMMA) pode ser encontrado em lentes de contato, implantes de esôfago e cimento ortopédico e utilizado, no campo estético, para preenchimento cutâneo, em forma semelhante a um gel.

Entretanto, relatos de complicações relacionadas ao uso da substância em procedimentos estéticos se tornaram mais frequentes, nos últimos anos. Na última terça-feira, uma digital influencer, de 33 anos, morreu após se submeter a um procedimento estético nos glúteos, em uma clínica de Goiânia. Segundo relato de familiares, ela teria apresentado um quadro de infecção generalizada em razão da aplicação de PMMA.

De acordo com matéria publicada na Agência Brasil, por se tratar de um produto de uso em saúde da classe IV ou risco máximo, o PMMA para preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Somente após a análise técnica, esses produtos são liberados para venda e uso, visando à proteção do paciente e do consumidor”, informou a agência reguladora.

O componente está autorizado, conforme a reportagem, para correção de lipodistrofia, um tipo de alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo, geralmente provocada pelo uso de medicamentos antirretrovirais em pacientes com HIV/aids, e correção volumétrica facial e corporal, uma forma de tratar alterações como irregularidades e depressões no corpo fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.

Segundo a Anvisa, a concentração de PMMA em produtos estéticos varia e há indicações claras dos locais do corpo onde as aplicações podem ser feitas, como derme profunda, tecido muscular subcutâneo ou em nível intramuscular. “A dose usada é aquela estritamente necessária para correção de defeitos tegumentares ou da pele. Portanto, depende de avaliação médica”, reforçou a agência.

A reportagem frisa que, em casos de atrofia facial associada ao HIV/aids, por exemplo, um dos fabricantes de PMMA registrados no país explica que a quantidade necessária varia de 4 a 12 mililitros (ml) para cada lado do rosto. Já em sequelas de poliomielite com atrofia de musculatura da panturrilha, a dose deve ser de cerca de 120ml, implantada de uma vez ou em etapas sucessivas, com 45 dias de intervalo, dependendo da elasticidade da pele de cobertura.

Além disso, a Anvisa destaca que o PMMA deve ser administrado por profissionais médicos habilitados e treinados para o uso. “Para cada paciente, o médico deve determinar as doses injetadas e o número de injeções necessárias, dependendo das características cutâneas, musculares e osteocartilaginosas de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação”, detalhou a agência.

“A Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos. Porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. Cabe ao profissional médico responsável avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”, frisa.


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