A polícia russa deteve aproximadamente mil pessoas -incluindo o líder opositor Alexei Navalny- que foram às ruas nesta segunda-feira (12) em ao menos 180 cidades para protestar contra a corrupção no país.
As mobilizações são as maiores na Rússia desde que uma onda de manifestações anti-Kremlin em 2012 resultou em mais de mil prisões, colocando pressão sobre o presidente Vladimir Putin.
Nesta segunda, 500 pessoas foram detidas apenas na cidade de São Petersburgo, de acordo com o Ministério do Interior. Na capital Moscou, a ONG russa OVD-Info estima que 730 manifestantes tenham sido detidos.
Após uma mobilização que teve uma grande adesão em 26 de março, Navalny convocou protestos em toda a Rússia para esta segunda, feriado, quando o país comemora a sua independência em 1990 antes da queda da União Soviética.
Navalny, no entanto, foi detido em Moscou antes mesmo de chegar à manifestação.
“Olá, sou Yulia Navalnaya. Alexei foi detido na entrada do prédio. Pediu que informasse que nossos planos não mudaram: Tverskaya”, escreveu sua mulher numa rede social, citando ao final a rua do centro de Moscou onde estava prevista a manifestação.
O porta-voz de Navalny, Kira Iarmych, confirmou a prisão do opositor e afirmou que a eletricidade havia sido cortada nos escritórios de sua organização de luta contra a corrupção, de onde era transmitido, pela internet, um programa dedicado às manifestações.
Navalny pretende disputar contra Putin a presidência russa na eleição de março de 2018.
“Rússica sem Putin”
Também em Moscou, os manifestantes entoavam os gritos de “Rússia sem Putin” e “A Rússia vai ser livre” quando foram dispersados pela tropa de choque.
“As pessoas não têm medo”, escreveu Lyubov Sobol, um aliado da Navalny, em suas redes sociais.
“Estou cansado do sistema de Putin”, disse o estudante Roman. “Há tantas evidências de que nossos funcionários estão roubando sem que haja punição”.
Testemunhas afirmaram à agência de notícias Reuters que viram mais de 200 pessoas presas no centro da capital russa. A mídia estatal ignorou os protestos.
Em Moscou, a concentração prevista para as 11h locais (8h de Brasília) foi autorizada ao nordeste da cidade, mas Alexei Navalny decidiu, poucas horas antes, transferir o protesto para a avenida Tverskaya, uma via que vai até o Kremlin, onde estavam previstas várias atividades relacionadas com o feriado.
De acordo com o opositor, a prefeitura de Moscou tentou impedir que todos os fornecedores da cidade alugassem um palanque e equipamentos de som para sua equipe.
A polícia da capital russa advertiu que “qualquer provocação por parte dos manifestantes será considerada uma violação da ordem público e será imediatamente reprimida”.
Autoridades em Moscou disseram que os protestos desta segunda são ilegais e centenas de policiais foram mobilizados. Navalny foi detido apontado de ser o responsável por convocar a manifestação. (Folhapress)
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