Bombardeios russos atingiram a praça central de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e outros alvos civis nesta terça-feira, enquanto um comboio de 64 quilômetros de tanques e outros veículos ameaça a capital Kiev. Vídeos postados online mostraram explosões atingindo prédios administrativos e áreas residenciais da era soviética em Kharkiv. Uma maternidade foi realocada para um abrigo em meio aos bombardeios.
Os objetivos da Rússia ao atingir o centro da cidade ao leste ucraniano, que tem uma população de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, não ficaram imediatamente claros.
Autoridades ocidentais especularam que o Kremlin está tentando atrair forças ucranianas para defender Kharkiv, enquanto uma força russa maior cerca Kiev.
Eles acreditam que o objetivo geral do presidente russo, Vladimir Putin, é derrubar o governo ucraniano e instalar um “governo amigável”.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou o ataque à praça principal de Kharkiv de “terror franco e indisfarçado”, culpando um míssil russo e chamando-o de crime de guerra. “Ninguém vai perdoar. Ninguém vai esquecer. Isso é terrorismo de Estado da Federação Russa”, declarou.
À medida que os combates iam além dos alvos militares neste sexto dia da invasão russa, surgiram relatos de que Moscou usou bombas de fragmentação em três áreas povoadas.
Se confirmado, isso significaria que a guerra atingiu um novo nível preocupante.
No entanto, o Kremlin negou que tenha usado tais munições e insistiu novamente que suas forças atingiram apenas alvos militares – apesar das evidências documentadas por repórteres da Associated Press de bombardeios de casas, escolas e hospitais.
Nesta terça-feira, o ministro da Defesa da Rússia prometeu pressionar a ofensiva até atingir seus objetivos, depois que uma primeira rodada de negociações na segunda-feira entre a Ucrânia e a Rússia não cessou os combates. Ambos os lados concordaram em outra reunião nos próximos dias.
Em todo o país, muitos civis ucranianos passaram mais uma noite amontoados em abrigos, porões ou corredores.
Mais de meio milhão de pessoas fugiram do país, e o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça que já registrou a morte de 136 civis, incluindo 13 crianças.
O número real é provavelmente muito maior.
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