12 de setembro de 2024
Páginas Amarelas • atualizado em 09/08/2023 às 14:27

Ronaldo Caiado fala sobre política, Lula e agro à Veja

Durante a entrevista, Caiado destacou a importância do setor agrícola no cenário internacional e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre economia e ecologia
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Foto: Lucas Diener
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Foto: Lucas Diener

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), um dos nomes cotados para disputar a presidência da República em 2026, concedeu uma entrevista exclusiva às páginas Amarelas da revista Veja, publicada nesta quinta-feira (04). Na conversa, ele abordou sua trajetória política, relação com o presidente Lula e suas visões sobre o agronegócio e o meio ambiente. Caiado destacou a importância do setor agrícola no cenário internacional e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre economia e ecologia. O governador também compartilhou sua experiência como médico, pai, líder ruralista e filho de agropecuarista tradicional de Goiás. Sobre o passado relembrou sua atuação na União Democrática Ruralista (UDR) e os grandes protestos liderados por ele em apoio aos agricultores.

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O governador de Goiás elogiou o governo Lula e o Plano Safra, por investir no agronegócio, um setor que é vital para a economia brasileira e que tem potencial para competir no mercado internacional. Caiado reconheceu que Lula mudou sua postura em relação ao campo, evitando o confronto e buscando o diálogo com os produtores rurais. 

“Estão apostando no que dá certo. A agropecuária contribuiu com 159 bilhões de dólares nas exportações brasileiras no ano passado e é o único setor com chances de ser competitivo no cenário internacional. Lula fez suas reflexões. Compreendeu que não vale a pena ir para o confronto e travar uma desnecessária queda de braço em uma área da economia que caminha tão bem e só quer paz.”, Caiado sobre o Plano Safra.

Reforma Agrária

Caiado, defendeu uma reforma agrária que respeite a lei e os direitos dos proprietários rurais, mas que também garanta a inclusão social e econômica dos assentados. Ele criticou as invasões de terras promovidas por movimentos sociais, afirmando que elas não são legítimas nem eficazes. Ele propôs que a reforma agrária seja feita com base em critérios objetivos e em uma política pública que ofereça infraestrutura, serviços e oportunidades aos assentados.

“Se a conversa não girar em torno de invasão, mas de promover a reforma com desapropriações ancoradas na lei, não vejo problema algum. Não é o Zé ou a Maria que vão dizer “olha, eu vou fazer uma reforma agrária aqui nesse município e invadir essa propriedade”. Isso deve transcorrer no campo das normas preestabelecidas, à base de uma política eficiente de inclusão dos assentados, para que tenham oportunidades. Na maioria das vezes, você chega à terra e o cidadão está sem luz elétrica, sem água e sem acesso à cidade. Assim, não funciona.”, Ronaldo Caiado e sua opinião sobre reforma agrária.

Cerrado celeiro do mundo

Caiado destacou a relevância do cerrado goiano para a economia do estado e a crescente adoção de tecnologias no agronegócio local. Ele disse que o cerrado é a base da economia goiana, que a tecnologia tem dado ao cerrado destaque na produção de grãos e carne, com um salto de 6,6% de crescimento, quando o País está na casa dos 2,9%.

“Claro que sempre aparece alguém para dar uma versão fake news para o que acontece no campo. O fato é que, enquanto o Brasil cresceu 2,9% no ano passado, em Goiás o avanço foi de 6,6%. Há algumas décadas, ninguém imaginava que o cerrado pudesse produzir um grão de soja nem engordar boi. Mas aí a Embrapa pesquisou, desenvolveu a semente e hoje exportamos para todo mundo. Agora, veja a indústria brasileira. Desde Juscelino Kubitschek constroem-se carros no país, mas não fomos capazes de fazer um veículo para brigar no mercado internacional.”, Caiado sobre as novas tecnologias aplicadas no campo.

A entrevista completa pode ser lida na edição desta semana da revista Veja ou no site da publicação.

PT e Lula

Sobre as divergências com o Partido dos Trabalhadores, Caiado defendeu uma separação entre o processo eleitoral e o governo, afirmando que é preciso manter uma parceria constante com o presidente Lula, apesar das diferenças políticas. Caiado lembrou que já teve embates com Lula no passado, quando era presidente da União Democrática Ruralista (UDR) e quando disputou a Presidência da República em 1989. Ele disse que esse tempo ficou para trás e que não é o caso de ficar entrando em rota de colisão com o governo federal. 

“Lula e eu sempre tivemos posições antagônicas, mas de forma respeitosa. Naquela época, não havia marqueteiro, cada um fazia sua campanha, e o debate era mais livre. Nada que saía dali, porém, era de ordem pessoal.”, sobre a relação com Lula.

Sobre sua relação com Bolsonaro

Já sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de Goiás afirmou que não considera o Bolsonaro seu amigo, mas um aliado político. Ele disse que não é submisso ao presidente e que tem divergências em relação à urna eletrônica e às vacinas da Covid-19. Caiado, que é médico, disse que acredita na ciência e na importância da imunização.

“Não o considero meu amigo, mas um aliado. Não significa que eu seja submisso. Não sou vaquinha de presépio nem estou aqui para dizer amém. Não concordo com ele em relação à desconfiança sobre a urna eletrônica nem sobre as vacinas da Covid. Sou médico e acredito na ciência.”, Caiado sobre o ex-presidente Bolsonaro.

Ao final da entrevista o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, abriu seu coração e falou sobre a dor de perder seu filho mais velho, Rodrigo Caiado. Caiado disse que é um fato que ele não consegue superar e que cada lugar que ele olha traz uma lembrança do filho. Ele afirmou que mergulhou firme no trabalho, sabendo que seu filho está o ajudando lá de cima. Ele também disse que uma morte dessas tira um pouco a beleza da vida.

“É um fato que você simplesmente não consegue superar, não passa. Cada lugar que eu olho me traz uma lembrança. Mergulhei firme no trabalho, sabendo que meu filho está me ajudando lá de cima. Uma morte dessas tira um pouco a beleza da vida.”, Caiado ao falar da dor de perder um filho.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, mostrou-se confiante e articulado na entrevista à Veja, abordando temas relevantes para o cenário político nacional. A entrevista revela um político experiente e pragmático, que busca ampliar seu espaço no cenário nacional.


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