Ao menos 4 dos mais de 120 mortos no Rio de Janeiro durante operação policial na terça-feira (28) são homens de Goiás condenados por crimes no estado, segundo o governador Ronaldo Caiado (UB). A informação foi confirmada por ele em entrevista à Tv Anhanguera nesta quarta-feira (29).
Pouco antes ele participou de teleconferência com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL) e os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL) e do Mato Grosso, Mauro Mendes (UB).
Ronaldo Caiado confirmou as quatro mortes e disse que quase 50 narcotraficantes de Goiás estão escondidos no Rio de Janeiro, comandando crimes em Goiás.
“Temos 47 no Rio de Janeiro operando, dando ordens em Goiás. O Rio não é problema só dos cariocas. É um local onde está acolhendo principalmente os comandantes do Comando Vermelho de cada uma das regiões do Brasil e dando a eles total liberdade para que eles continuem a comandar o tráfico nos demais estados”, afirmou.
Mais cedo, como mostrou o Diário de Goiás, Ronaldo Caiado ofereceu apoio a Castro enviando tropas das polícias estaduais se ele precisar. O que foi decidido nessa reunião não foi divulgado ainda, mas o governador carioca deu entrevistas demonstrando que gostou do apoio recebido e que os colegas têm seus motivos para isso.
“Os governadores têm muito a percepção de que grande parte das lideranças criminosas de seus estados passa por aqui. Toda ajuda será bem-vinda, mas será técnica e ordeira, sem politicagem”, disse Cláudio Castro.
Quem são os mortos de Goiás no Rio de Janeiro:

- Éder Alves de Souza, 37, conhecido como Disquete, que tinha passagens por roubo, porte ilegal de arma de fogo e explosão de caixas de banco.
- Marcos Vinícios da Silva Lima, conhecido como Rodinha, réu por adulteração e recepção de veículos, roubo majorado e tráfico de drogas.
- Adan Pablo Alves de Oliveira, 28, traficante, condenado por homicídio.
- Rafael Resende Ferreira, 31, acusado pelo homicídio do filho de um PM de Goiás.
“Horrorizada” com resultado da operação, ONU chama de “ciclo de brutalidade extrema”
Nesta quarta a revelação de mais de 60 mortos que não tinham sido contabilizados ainda pelo governo do Rio, somando 124 mortos na operação, chocou e repercutiu no país e internacionalmente. Entre outras manifestações, a da Organização das Nações Unidas (ONU) dizia que a instituição estava “horrorizada” com o “ciclo de “brutalidade extrema”.
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