O juiz Jaime Travassos Sarinho, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou nesta segunda-feira (11) denúncia contra o ex-assessor do presidente Michel Temer Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva.
Loures passa agora à condição de réu no processo em que é acusado de receber uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS, cujo destinatário final seria o presidente.
A denúncia foi oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) originalmente contra Temer e o ex-assessor, mas a Câmara dos Deputados negou seguimento da ação contra o presidente, o que só poderá ocorrer depois que ele deixar o cargo.
Com isso, o STF (Supremo Tribunal Federal) remeteu os autos para a primeira instância, na qual correrá agora a ação penal contra Loures. A denúncia inicial da PGR foi ratificada pelo procurador da República Frederico de Carvalho Paiva, do MPF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal.
Em abril, Loures foi filmado pela PF, durante ação controlada, ao sair correndo com a mala de uma pizzaria em São Paulo. O dinheiro havia sido entregue por Ricardo Saud, executivo da JBS.
O sócio da empresa, Joesley Batista, e demais dirigentes fizeram acordo com a PGR e delatado suposto esquema de corrupção envolvendo o ex-assessor e o presidente.
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot sustentou na acusação que o presidente usou o auxiliar como intermediário para receber vantagem ilícita. Os R$ 500 mil seriam parte de uma propina maior, de R$ 38 milhões, a ser paga paga ao longo de nove meses.
O juiz não concordou com a defesa de Loures, que alega ser necessário remeter o caso ao Supremo para que ele seja julgado junto com Temer. Ele argumentou que o ministro do Supremo Edson Fachin determinou a continuidade, na primeira instância.
(FOLHA PRESS)
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