O Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), unidade do Governo de Goiás, passou a utilizar equipamentos robóticos de última geração na reabilitação oncológica pediátrica. Fabricadas por uma empresa suíça, referência mundial na área, as tecnologias integram a rede pública de saúde e ampliam o acesso, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a terapias de alta complexidade voltadas à recuperação funcional de crianças e adolescentes com câncer.
De acordo com o Governo de Goiás, nesta fase inicial, cerca de 30 pacientes já iniciaram o tratamento com apoio da robótica. São crianças e adolescentes em tratamento oncológico ou em investigação diagnóstica que apresentam sequelas motoras e neurológicas, como fraqueza muscular, alterações de marcha, perda de resistência física e dificuldades de coordenação, decorrentes da doença ou de procedimentos como cirurgias, quimioterapia e radioterapia.
Robótica aplicada à reabilitação
Entre os equipamentos utilizados está o Lokomat, uma esteira com exoesqueleto para membros inferiores, indicada para pacientes com alterações neurológicas e dificuldades de marcha. O sistema permite movimentos repetitivos e simétricos, com controle de descarga de peso e feedback visual. Já o Andago possibilita o treino da marcha em ambiente real, sem esteira, com suporte parcial de peso e maior liberdade de movimento, mantendo segurança ao paciente.
A reabilitação dos membros superiores é realizada com os sistemas Armeo Power e Armeo Spring, que estimulam exercícios ativos, intensivos ou leves, conforme a necessidade clínica de cada criança. Completa o conjunto o C-Mill, uma esteira inteligente com sensores e projeções visuais, utilizada no treino de equilíbrio, coordenação e controle postural.
Evolução clínica e adesão ao tratamento
Segundo a fisioterapeuta técnica da reabilitação do Cora, Diene Watanabe de Matos, os resultados clínicos são expressivos. “Observamos melhora no padrão de marcha, com mais simetria, estabilidade e segurança ao caminhar, além de ganhos no equilíbrio, no controle postural, na coordenação motora e na funcionalidade dos membros superiores”, afirma.
De acordo com a profissional, a robótica permite ajustar intensidade e nível de assistência de forma individualizada. “Isso favorece a reaprendizagem motora, fortalece a musculatura de forma progressiva e reduz o risco de sobrecarga, garantindo um tratamento seguro e eficaz”, explica.
Além dos ganhos funcionais, a tecnologia contribui para maior adesão das crianças ao tratamento. Os equipamentos utilizam jogos, desafios virtuais e estímulos visuais, tornando as sessões mais lúdicas e motivadoras.
Referência nacional em oncologia pediátrica
Para o diretor-geral do Cora, Rafael Mendonça, a incorporação da robótica reforça o compromisso do Governo de Goiás com a inovação na saúde pública. “O Cora é o primeiro hospital público estadual do país dedicado integralmente ao tratamento do câncer. A combinação de tecnologia de ponta, cuidado humanizado e pesquisa consolida a unidade como referência nacional”, destaca.
Estrutura, números e investimentos
Inaugurado em 9 de junho de 2025, o Cora já registrou 243 casos novos, com 101 diagnósticos oncológicos confirmados. Desse total, 46 pacientes iniciaram tratamento, incluindo cirurgias, quimioterapia e radioterapia.
Em seis meses de funcionamento, a unidade realizou 611 cirurgias, 4.051 consultas médicas e 3.136 atendimentos multiprofissionais, além de internações em enfermaria e UTI, procedimentos oncológicos e exames de alta complexidade, como ressonâncias magnéticas e tomografias.
O hospital recebeu investimento de R$ 255 milhões do Governo de Goiás e conta com tecnologias inéditas no SUS, como a ressonância magnética integrada ao centro cirúrgico. Todo o fluxo de atendimento é regulado pelo Complexo Regulador Estadual, o que garante acesso organizado e seguro aos pacientes, sem necessidade de deslocamento para outros estados.
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