O Rio atingiu a marca de 40 policiais militares mortos neste ano depois que, na manhã desta quinta-feira (3), o capitão Stefan Cruz Contreiras, 36, foi assassinado em uma tentativa de assalto no bairro Pechincha, zona oeste da cidade.
O capitão, que tinha 16 anos de corporação e era lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), estava fora de serviço. Ele trafegava de moto por uma estrada do bairro quando foi abordado por outros dois homens, também em uma motocicleta.
O policial reagiu e houve troca de tiros. Contreiras foi ferido e morreu no local. Segundo nota divulgada pela PM, o oficial deixa esposa.
Na última quarta-feira (2), um PM também foi morto, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O sargento Luiz Alves de Carvalho foi encontrado morto em seu carro em uma avenida do bairro de Imbariê. Câmeras flagraram um homem fazendo disparos contra o carro do policial no meio da avenida.
No sábado (28), dois policiais foram mortos. O sargento Carlos Eduardo Gomes Cardoso foi baleado e não sobreviveu em confronto na favela do Bateau Mouche, na Praça Seca, zona oeste da capital, onde milícia e tráfico de drogas travam uma guerra por territórios.
Já o cabo Antônio Carlos Oliveira de Moura foi sequestrado e morto por criminosos em Iguaba, cidade da região dos Lagos. O carro do policial foi encontrado incendiado.
A estatística de morte de policiais é uma das formas de medir o nível da violência do Rio que, a despeito da intervenção federal na segurança pública, não tem registrado queda significativa nos indicadores de criminalidade.
Em março, primeiro mês completo com atuação da intervenção, decretada em 16 de fevereiro, quatro PMs foram mortos em serviço, três a mais que o registrado um ano antes. Os números são do ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão ligado ao governo do estado.
Já os homicídios dolosos, quando há intenção de matar, tiveram alta de 1% em março, frente a março de 2017, com 503 casos no mês, cinco a mais que em igual período do ano passado. As mortes decorrentes de intervenção policial, no entanto, caíram 11,4%, com 109 casos no período.
Houve alta de 24,4% nas tentativas de homicídios, com 557 casos no período, assim como aumento de 40% nas lesões corporais dolosas, com 5,4 mil casos. O Rio teve dez casos a menos de latrocínios em março deste ano, totalizando 18 contra 28 de março de 2017.
Seis tipos de roubos computados pelo instituto tiveram alta nas ocorrências. Roubos de veículos subiram 7,1% para 5,3 mil em março. Já o roubo de telefones celulares tiveram alta de 12,9%, com 2,1 mil casos no período.
O roubo de cargas também aumentou Foram 781 casos em março de 2017 e passaram a 917 em março deste ano- alta de 17,4% no período.
Quando da divulgação dos dados, o ISP lembrou que de janeiro a março de 2017 o Rio vivenciou uma greve da Polícia Civil, o que pode ter comprometido o registro de crimes e distorcido as comparações devido à possíveis subnotificações.
Indicadores relacionados a atividade policial tiveram queda no período, como a apreensão de armas (queda de 11,6%) e cumprimento de mandados de prisão (-5,7%). Houve, por outro lado, aumento de apreensão de drogas, de 2,2%, e sensível melhora na recuperação de veículos (17,7%), com 3,4 mil veículos recuperados.
Intervenção federal
O estado do Rio está desde 16 de fevereiro sob intervenção federal na área da segurança decretada pelo presidente Michel Temer.
Com a intervenção, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), perde sua autoridade sobre a secretaria estadual de sSegurança, dos bombeiros e da secretaria de Administração Penitenciária.
O poder sobre esses órgãos passou ao nomeado pelo presidente interventor no Rio, o general da ativa do Exército, Walter Braga Netto.
O então secretário de Segurança de Pezão entregou o cargo devido ao decreto. Em seu lugar assumiu o também general da ativa Richard Fernandez Nunes para a pasta.
Apesar de contar com o apoio da população, a intervenção ainda não obteve resultados significativos na melhora dos indicadores de violência urbana no estado.
O assassinato da vereadora Marielle Franco, em março, e a chacina de cinco jovens em Maricá foram dois crimes de repercussão que ocorreram na vigência da intervenção.
Os mandantes e os executores da vereadora ainda não foram encontrados pela polícia. (Folhapress)
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