Em meio a um governo completamente desnorteado – praticamente implodido por disputas internas, crises de gestão e pelo escândalo Cachoeira – o presidente da Agetop, Jayme Rincón, tornou-se também o defensor político número um do governador Marconi Perillo (PSDB). Há quem diga que Rincón se atreva por não ter quem defenda o tucano atualmente. Pode ser. Fato é que Jayme Rincón é hoje o camisa 10, o homem de Marconi no governo (?) Marconi. Por outro lado, trataria de um auto-defesa, principalmente no caso Cachoeira.
Áudios da Operação Monte Carlo (veja abaixo) mostram o alto grau de intimidade de Rincón com Wladmir Garcez. O presidente da Agetop refere-se a ele, nas gravações, simplesmente, por “Wlad”.
Outros, no entanto, avaliam que o “falastrão” Rincón goza da intimidade do tucano e, por isso, atravessa em todos os assuntos, até mesmo naqueles em que o melhor seria ficar calado – como responder pela comunicação e pelo debate político. Porém, Rincón segue enfiando os pés pelas mãos e expondo ainda mais a fragilidade do governo Marconi. Tal qual um espelho do governo que ele serve.
Na presidência da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón comanda hoje o principal programa da gestão Marconi Perillo – as obras rodoviárias por meio do programa Rodovida. Na campanha do tucano, em 2010, ele havia comandado o comitê financeiro da campanha. Daí a ascensão do empresário (que não havia sido nada nos dois primeiros mandatos do tucano) a um dos principais postos do atual governo. Uma espécie de paixão nova.
Na Agetop, Jayme Rincón cuidou e cuida diretamente dos interesses da Delta e, consequentemente, de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, via “Wlad”.
Áudios das conversas entre Rincón e Wladmir Garcez mostram, claramente, a iniciativa.
Aliás, em entrevista à recente ao Tribuna do Planalto, o presidente da Agetop reconhece que Cachoeira e Vladimir negociam os interesses da construtora de Cavendish:
– O Wladimir veio várias vezes aqui na Agetop, ele que cuidava dos assuntos da Delta. Mas aqui, na Agetop, ele transitava como executivo da Delta. Tanto é que ele almoçou junto com o presidente da Delta e comigo. As vezes que conversei com o Cachoeira o assunto era a Delta. Então, eu sabia que existia algum tipo de sociedade e parceria deles”, explica ao jornal.
Portanto, Jayme Rincón admite agora que tratava com Carlinhos Cachoeira e com Wladmir Garcêz, preposto do bicheiro, sobre os interesses da Delta em sua pasta. Sim, o presidente da Agetop achava legítimo receber lobistas da Delta em reuniões, almoços, jantares, etc…A conversa, obviamente, deveria ser republicana… Va lá, é de se imaginar que Cachoeira queria saber de Rincón como ele poderia ajudar no desenvolvimento do Estado.
Antes, no auge da CPMI do Cachoeira, Rincón só admitia ter tido uma conversa com o bicheiro. Conversa que veio a público em reportagem do jornal O Popular e do Brasil247, só aí, então, admitida pelo auxiliar de Marconi. Mas o presidente da Agetop havia dito que falaria à CPMI (até ameaçou adversários que faria denúncias e tal…) e, no dia em que compareceu, ficou em silêncio absoluto.
Palavra, definitivamente, não parece ser o forte do empresário-sócio da Rental, arrecadador de campanha, tesoureiro eleitoral, secretário e amigo pessoal de Marconi.
O que Jayme Rincón ainda não admite é que conhecesse as verdadeiras intensões de Cachoeira e Wladimir. Imagine, ninguém avisou ao incauto presidente da Agetop que Cachoeira não era um homem de negócios públicos e declarados, mas ainda assim ele não estranhou, e mais, teve o cuidado de estar com ele em encontros secretos, a quilômetros da Agetop.
Tampouco Rincón percebeu que Wladimir era um despachante de Cachoeira em todos os cantos do governo Marconi. Para o empresário, o bem intencionado Wladimir simplesmente tinha migrado da política para o meio empresarial. Simples assim.
E acreditem: Jayme Rincón é o principal auxiliar, hoje, do governador Marconi Perillo. É ou não é um retrato fiel da situação atual de Goiás? Um embuste.
Abaixo, ouça os áudios inéditos e exclusivos da Operação Monte Carlo. Neles, Jayme Rincón conversa com Wladmir Garcêz sobre diversos negócios e encontros para resolver questões de Carlinhos Cachoeira.
ÁUDIOS
Nesta ligação, capturada pela Operação Monte Carlo, Wladmir Garcez e Carlos Cachoeira dialogam sobre encontros que precisam acertar detalhes. E Cachoeira ressalta um jantar com o presidente da AGETOP, Jayme Rincón.
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Em outra negociação, Jayme Rincón já trata o representante da Delta por “Wlad”. E refere-se a Cachoeira como “o baixinho”. Jayme quer saber sobre “aquele assunto”, ou, uma pesquisa de opinião que custaria R$80 mil reais. “Eu não recebí, como é que eu vou resolver o seu problema”, disse Jayme em resposta a “Wlad”. E reclamou que o irmão de “Wlad” não tem “iniciativa”, na Agetop. A negociação mostra muita intimidade.
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Depois da viagem, Jayme Rincón aparenta estar ansioso para um novo encontro.
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Em outra data, Jayme Rincón e Wladmir Garcez. Mais uma vez, um acerto para outro encontro.
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Os encontros entre Jayme Rincón e Wladmir Garcez eram combinados com frequência. E “Wlad” até abusava da carona de Jayme Rincón.
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