A reunião entre o Governo de Goiás, Governo do Distrito Federal e Governo Federal que ocorreu nesta quinta-feira (23/03) e discutiu uma nova “gestão de transporte” para o entorno do Distrito Federal terminou sem consenso entre as partes. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tenta emplacar um Consórcio que irá administrar o transporte coletivo na região, mas vê algumas dificuldades.
Caiado enviou o secretário da Governadoria, Adriano da Rocha Lima e a secretária do Entorno, Maria Caroline Fleury para representá-lo na reunião junto ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) que foi representado pelo secretário-executivo Olavo Noleto (PT). O secretário de Mobilidade do Distrito Federal, Walter Casemiro, representou o governador Ibaneis Rocha (MDB).
“Reunião foi bastante positiva. Os três entes entenderam a necessidade de solucionar o problema. Que a população do Entorno precisa receber mais atenção”, disse uma fonte palaciana ao Diário de Goiás. O assunto será tratado de forma predominantemente técnica em uma reunião que deverá acontecer no final da próxima semana.
Apesar do tom positivo, não houveram avanços na criação do Consórcio tampouco se a União irá entrar na configuração. O desejo do governador Ronaldo Caiado é repetir a fórmula que tem sido implantada na Região Metropolitana de Goiânia, onde Prefeituras da capital, Aparecida e Senador Canedo, além do próprio Governo de Goiás financiam o serviço bancando uma espécie de “tarifa técnica”. O restante, é bancado pelo usuário.
O modelo permitiu o congelamento da tarifa pelo quarto ano consecutivo. O desejo do governador Ronaldo Caiado, é que a passagem na Região Metropolitana não sofra reajustes em nenhum momento de sua gestão. Outros serviços foram disponibilizados com a reformulação como o Cartão Família e o Passe Livre do Trabalhador.
Palacianos alegam que o Governo Federal tem tido dificuldades de entender a responsabilidade da administração na gestão do transporte. O assunto foi levado à público pelo próprio governador Ronaldo Caiado que desabafou na última quarta-feira (22/03) no lançamento dos novos ônibus que vão atender a linha do semi-urbano em Goiás.
“Se não implantamos ainda, é porque não é uma legislação de Goiás. Lá é uma situação única no país por sermos limítrofes com o Distrito Federal. É uma legislação específica da Agência Nacional de Transportes Terrestres que empurra a situação de barriga e nunca tem buscado uma solução”, lamentou o governador durante seu discurso.
Na prática, o Governo de Goiás está oferecendo uma solução que é de responsabilidade do Governo Federal. Em entrevista ao Diário de Goiás antes da reunião, Adriano Rocha Lima explicou como seria a dinâmica da proposta. “Hoje o Governo de Goiás está se oferecendo a compartilhar essa conta. Na realidade, estamos construindo porque queremos que o problema seja resolvido e estamos dispostos a contribuir. Nossa proposta é que cada um contribua com um terço: Goiás, DF e Governo Federal, ambos com um terço do orçamento”, completou.
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