Um estudo divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que o retorno da adoção do horário de verão resultaria em uma economia de até 2,9% da demanda máxima de energia elétrica no Brasil. Em dados financeiros, o percentual corresponde a uma redução de custos de cerca de R$ 400 milhões para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) em um período de cinco meses, mais especificamente, entre outubro e fevereiro.
A nota técnica disponibilizada pela ONS indica que a alteração no horário brasileiro durante o verão resultaria em uma “redução de custo de combustível termoelétrico, para o horizonte de outubro/2024 a fevereiro/2025, de R$ 356 milhões no pior cenário hidrológico e R$ 244 milhões no melhor cenário hidrológico”, detalha o documento.
Conforme o relatório do órgão, além da economia, a retomada do horário de verão no país resultaria em uma maior eficiência no atendimento do SIN durante os horários de maior consumo, que costuma ser entre às 18h e 20h. “É nesse período que o sistema precisa lidar com os desafios da saída da geração solar centralizada e da micro e mini geração distribuída e do aumento da demanda por energia”, disse a nota técnica.
O estudo da ONS, aponta, ainda, que o impacto positivo seria especialmente percebido nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, além do SIN. A avaliação do impacto prático no consumo de energia pela ONS demonstrou que em relação a redução da carga média diária, o horário de verão seria ineficaz, no entanto, foram notadas “reduções significativas em dias úteis, sábados e domingos, sob diversas condições de temperatura”, principalmente em momentos de demanda máxima no período noturno.
Governo federal avalia retorno
Na última quinta-feira (19), a ONS recomendou ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a volta da adoção do horário de verão no país. Silveira informou que, com base nos dados dos relatórios apresentados, uma decisão deveria ser tomada dentro dos próximos dia, e que o retorno do horário de verão era uma possibilidade real.
Caso fosse retomado, o horário de verão valeria ainda para 2024, mas, não necessariamente durante todo o verão. Durante reunião com a direção da ONS, com a presença de técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), na semana passada, Alexandre Silveira disse que, apesar da indicação da ONS, não há risco energético em 2024 graças ao planejamento adotado. Por isso, a adoção do horário de verão ainda será melhor avaliada.
Retorno bem aceito pela população
Um levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que o horário de verão é bem-visto por 54,9% dos brasileiros entrevistados. Dentre as três mil pessoas entrevistadas, 41,8% dizem ser totalmente favoráveis ao retorno do horário de verão, e 13,1% se revelam parcialmente favoráveis. Ainda segundo o estudo, 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários.
Os maiores índices de apoio foram observados nas regiões onde o horário era adotado: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sudeste, 56,1% são a favor da mudança, sendo 43,1% favoráveis e 13% parcialmente favoráveis. No Sul, 60,6% são favoráveis, 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis. Já no Centro-Oeste, 40,9% aprovariam a mudança, com 29,1% se dizendo totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor. Nas três regiões somadas, 55,74% são favoráveis ao adiantamento dos relógios em uma hora.
Com informações da Agência Brasil
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