A Anistia Internacional disse nesta quarta-feira (22) que a retórica “venenosa” de Donald Trump ajudou a promover uma tendência global de sectarismo na política que tornou o mundo um lugar mais “sombrio”.
Em seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em 159 países, a ONG diz que princípios de igualdade e dignidade humana estão sob ameaça do presidente americano e outros líderes globais.
“A retórica de campanha venenosa de Donald Trump exemplifica uma tendência global em direção a uma política mais sectária e raivosa”, diz o documento. Há também, acrescenta, um aumento no discurso de ódio na Europa e nos EUA, o que torna o mundo um “lugar instável” e “sombrio”.
“As decisões que ele vem tomando, como a construção de um muro na fronteira com o México ou a aceleração das deportações de imigrantes ilegais, terão consequências sobre milhões de pessoas”, afirmou o diretor para as Américas da ONG, Geneviève Garrigos.
O secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty, alertou para o “risco de efeito dominó” quando países poderosos como os Estados Unidos “retrocedem em seus compromissos com os direitos humanos”.
Além de Trump, foram denunciados pela ONG o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que “têm uma agenda tóxica que persegue, desumaniza e transforma em bodes expiatórios grupos inteiros de pessoas”.
Diante desse cenário, a Anistia Internacional fez uma convocatória de mobilização. “O ano de 217 será de resistência”, disse o secretário-geral Shetty à agência de notícias AFP. “Nossas esperanças estão no povo.”
Brasil
Com relação ao Brasil, a Anistia Internacional criticou as políticas de segurança pública do governo Michel Temer.
“Atualmente, a política de segurança pública está concentrada na guerra às drogas, com um encarceramento desproporcional, que deixa milhares de mortos todos os anos”, afirmou a assessora da ONG no Brasil, Renata Neider, em entrevista coletiva no Rio.
A organização alertou também para as ameaças contra defensores de direitos humanos, “que seguem sendo vítimas de ameaças e assassinatos” no Brasil e em outros países da região, como a Colômbia. (Folhapress)
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