07 de dezembro de 2025
Vila Nova Futebol Clube

Responsável pela denúncia de manipulação de jogos, Hugo Bravo critica punição de Bruno Henrique

Hugo Jorge Bravo - Presidente do Vila Nova (Foto - Roberto Corrêa)
Hugo Jorge Bravo - Presidente do Vila Nova (Foto - Roberto Corrêa)

O presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, utilizou sua rede social, para se posicionar em relação ao resultado do julgamento do atacante Bruno Henrique do Flamengo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O atleta rubro-negro, tornou-se alvo de investigação por suspeita de envolvimento em manipulação de resultados destinada a beneficiar apostadores.

A desconfiança surgiu a partir do cartão amarelo recebido pelo jogador em partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. O lance chamou atenção das casas de apostas, que acionaram a Justiça Brasileira conforme determina o protocolo do setor.

A partir da comunicação formal das bets, autoridades iniciaram a apuração do caso. No decorrer das investigações, mensagens encontradas no celular de Wander Nunes Júnior, irmão de Bruno Henrique, reforçaram as suspeitas. Nas conversas, os envolvidos mencionam a possibilidade de que o atacante teria forçado deliberadamente o cartão amarelo durante o confronto.

No julgamento realizado nesta semana no STJD – a suspensão de 12 jogos aplicada em primeira instância foi totalmente revertida e substituída no Pleno do Tribunal por multa de R$ 100 mil, por infração ao artigo 191 do CBJD. Com a decisão tomada por maioria dos auditores, o jogador está liberado para atuar e o processo é considerado encerrado na esfera esportiva.

O resultado causou estranheza e indignação por parte de muitas pessoas nas redes sociais. Hugo Jorge Bravo que foi responsável pela denúncia da manipulação de resultados, por parte de jogadores do Vila Nova e que desencadeou vários outros casos semelhantes, após investigação liderada pelo Ministério Público, ficou indignado com o resultado do julgamento de Bruno Henrique: “A punição ficou muito branda, para falar a verdade, não teve punição”.

“Fico muito confortável em tratar desse tema, porque no final de 2022, nós levamos a denúncia da manipulação de jogos ao Ministério Público do Estado de Goiás, que culminou com a operação Penalidade Máxima, que teve repercussão internacional, que foi um marco de atuação contra esse tipo de ação. Nessa operação tivemos ali um exemplo, Gabriel Domingos, um atleta do Vila Nova, que foi punido 720 dias por ter emprestado a sua conta a um outro atleta, para que eles arrumassem um outro atleta para fazer um pênalti no primeiro tempo daquela partida, o que não aconteceu, e ainda assim, de forma correta, o atleta severamente punido, 720 dias, e a gente faz um paralelo com a punição do atleta Bruno Henrique. E não somente a dele, mas outros atletas da operação Penalidade Máxima, uma diferença muito grande, uma desproporção, uma incoerência entre punições”, destacou o dirigente.

“Achei que ficou muito ruim o caráter pedagógico da pena, um atleta da envergadura, que é o Bruno Henrique, punido com a multa de 100 mil reais – insignificante para o salário mensal dele. E aí a gente vê um outro atleta, vamos dizer que estava numa divisão inferior, punido de forma mais severa, dois anos de suspensão. Enxergamos muita boa vontade dessa gestão da CBF, dias atrás tivemos um seminário sobre a integridade, e lá eu também coloquei que se o STJD não se posicionasse de forma firme, seria em vão, porque a punição é o maior remédio para coibir ações criminosas”.

Hugo Jorge Bravo disse esperar uma mudança na postura do Superior Tribunal de Justiça Desportiva em ações futuras. “Fica aí a nossa reflexão, a gente espera que casos como esse no STJD seja tratado da forma que o futebol merece, de forma exemplar, de punições que realmente elas possam ser correspondentes ao tamanho da gravidade. Então fica aí o meu repúdio, a minha indignação”, finalizou o presidente colorado”.


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