A reprovação da população ao governo de Michel Temer recuou nove pontos percentuais do início de junho até agora, mas continua acima de 70%, além de não ter aumentado a aprovação à gestão.
De acordo com pesquisa do Datafolha feita nesta segunda (20) e terça-feira (21), o percentual da população que considera ruim ou péssimo o governo Temer baixou de 82% no início de junho, recorde desde a redemocratização do país, para 73% agora.
O desempenho atual ainda é o segundo pior de sua gestão, que tem obtido reprovação acima de 70% desde setembro do ano passado.
O percentual dos que consideram seu governo ótimo ou bom oscilou positivamente de 3% para 4%. Os que avaliam como regular passaram de 14% para 21%.
O Datafolha ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios. A margem de erro do levantamento, uma parceria da Folha de S.Paulo e da TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos. O nível de confiança é de 95%.
Levantamento registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018.
Temer assumiu o governo em maio de 2016, após o afastamento de Dilma Rousseff (PT), com 14% de avaliação positiva. Desde então, sua rejeição cresceu significativamente. Devido ao escândalo da JBS, houve duas denúncias contra ele feitas pela Procuradoria-Geral da República. Por pouca margem de votos, a Câmara dos Deputados barrou o afastamento do emedebista.
De acordo com Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, uma das possibilidades de explicação para a migração de eleitores da faixa de reprovação para a de “regular” é a perda de poder político com a aproximação do fim do mandato.
“Ele perdeu protagonismo para o processo eleitoral e se poupou”, afirma Paulino. A pesquisa de junho também foi feita pouco após a greve de caminhoneiros que afetou o abastecimento em todo o país.
O governo tem adotado medidas para tentar estimular a economia, mas isso não tem refletido em dados positivos. Desde o dia 8 de agosto, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil já liberaram mais de R$ 6 bilhões a pessoas que têm direito ao saque do fundo do PIS/ Pasep. Com isso, a liberação total dos recursos do fundo, que começou em outubro do ano passado, quase dobrou e já alcançou R$ 12,8 bilhões pagos a 12,2 milhões de pessoas.
Além disso, no final de julho uma série de medidas de estímulo à construção civil foi anunciada pelo governo Temer, elevando o limite do valor dos financiamentos de imóveis que permitem o uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). As mudanças, que entram em vigor em janeiro de 2019, beneficiam a classe média e ampliam para R$ 1,5 milhão o teto do imóvel financiado dentro do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). (Folhapress)
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