(Foto: Domingos Ketelbey/DG)
O evento que marcou a ampliação do palanque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Goiás nesta quinta-feira (13/10) teve participação de representantes do agronegócio e também de igrejas como a Batista e Assembleia de Deus, além de emissários de outras forças partidárias como o PSDB, Cidadania e até do MDB e União Brasil.
O pastor da Igreja Batista Marcos Machado marcou presença e falou por quase cinco minutos. Criticou a influência do bolsonarismo nas igrejas e disse que as pessoas não estavam tendo a real compreensão da diferença entre cristianismo e religião.
“Cristianismo é uma coisa, religião é outra. O que está acontecendo com todo esse apoio a Bolsonaro e como cristão, minha garganta dói falar esse nome, como cidadão. Mas eu tenho que respeitar. Quem está com ele, não está vivendo o cristianismo. Está vivendo um momento religioso que o país está passando”, pontuou.
Destacou inclusive a luta dos batistas em torno de ideais democratas. “Se você quer conhecer uma igreja democrática, frequente uma igreja democrática. Somos minoria no mundo. A maioria das igrejas que se autodenominam evangélicas não são democráticas. Você tem feudos, coisa da Idade Média. Você tem um nome muito pesado para o cristianismo. O pastor-presidente, só isso já tira o tom democrático”, salientou.
O produtor rural e ex-presidente do PSDB Jovem, Rodrigo Zani em um discurso efusivo destacou acreditar estar do lado certo da história. “Do lado do povo”. Mas reclamou da ‘chantagem e pressão’. Também salientou sobre o perigo de uma possível ‘ditadura bolsonarista’.
“Para eu estar aqui hoje é um gesto de muita coragem. Não tem problema, porque eu tô aqui pela democracia, pelo meu filho. Eu não quero em hipótese nenhuma cresça numa ditadura bolsonarista onde todo o mundo vai perder. Não tenham medo em declarar o voto. O Lula vai equilibrar esse país. O agro precisa de democracia, o agro vai viver com democracia”, salientou.
Fora do evento presencial por conta de viagens, o empresário ligado ao agronegócio e filiado ao PSDB Jalles Fontoura, mandou um vídeo para declarar o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como já adiantado pelo Diário de Goiás.
“É fundamental a eleição de um presidente que tenha compromisso com a democracia. O atual presidente não tem esse compromisso”, disse no vídeo citando que seguia o mesmo caminho de economistas que criaram o Plano Real além do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
Também mencionou que o próprio setor do agronegócio não tem tanta segurança na reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). “O próprio sistema de mercado e o agronegócio sabem que também não há garantias nesse governo atual”, pontuou no vídeo.
Também presente no evento, o vereador Hélio Rodrigues Nogueira Júnior, presidente da Câmara Municipal de Indiara, região Sudoeste de Goiás, comenta a pressão que ele e demais aliados sofreram em um município voltado para o agronegócio e com forte predominância bolsonarista.
”Muita gente dizia para a gente, vocês são loucos? Indiara? Mas é nunca que o Lula vai ganhar aqui, você está na porta do agronegócio, no meio do mundo bolsonarista. A gente sofreu, mas a gente fez uma manchinha vermelha lá que fez de Indiara um dos poucos municípios que o Lula venceu”, destaca.
De acordo com o vereador eles defenderam com ‘unhas e dentes’ o apoio a Lula. ”A gente não tem medo de ninguém, quem oprime e quem faz tudo isso é quem tem medo, então são eles que tem que temer a gente”, afirma.
No município, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi o candidato mais votado para a Presidência da República, ao final da apuração o petista teve 48,93%, ou seja, 4.226 votos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 45,50% dos eleitores, um total de 3.930 votos do município. Para o cargo de governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), foi o mais votado.
”É isso que a gente procura, alguém que olhe para a gente com os olhos do Lula, com os olhos da Drª Adriana Accorsi, nosso querido Drº José Éliton”, acrescenta o vereador Hélio Júnior.