O ano de 2022 nem chegou ao meio e já somou inúmeras perdas para o cenário artístico e cultural no Brasil e no mundo. De acordo com os registros feitos, já foram mais 100 mortes de cantores, atores, atrizes e artistas em geral.
Dentre as perdas, estão a “voz do Milênio”, Elza Soares que nos deixou em janeiro, Arnaldo Jabor e Paulinha Abelha em fevereiro, e recentemente Milton Gonçalves. Sem falar nas mortes repentinas como do cantor Taylor Hawkings, baterista da banda Foo Fighters e do ator Ray Liotta.
Relembre estas e outras na lista, feita pelo Diário de Goiás, das principais perdas do cenário artístico desde o início do ano.
7/1 – Sidney Poitier
O ator e cineasta bahamense-americano Sidney Poitier morreu aos 94 anos em janeiro deste ano. Poitier, que trabalhou por mais de 70 anos como ator, ganhou notoriedade ao se tornar o primeiro ator negro a vencer um Oscar, numa época em que os Estados Unidos ainda tinham várias leis de segregação racial e em que Hollywood pouco se importava com a diversidade nas telas. O prêmio, de melhor ator, uma das principais categorias, foi pelo filme “Uma Voz nas Sombras”, de 1963.
9/1 – Bob Saget
Quem não se lembra do pai das meninas em Três é Demais? Robert Saget foi um ator, comediante de stand-up e apresentador estadunidense, mas mais conhecido pelo seu papel como Danny Tanner na série Três é Demais, papel que voltou a interpretar recentementeno spin-off Fuller House. Ele também foi o apresentador original de America’s Funniest Home Videos, além de ser reconhecido pelo seus shows de stand-up. Entre 2005 e 2014, Saget também foi a voz de Ted Mosby, narrador da série How I Met Your Mother.
Ele também morreu em janeiro deste ano, aos 65 anos, em Orlando na Flórida. Segundo a polícia local, o humorista foi encontrado em um quarto do hotel Ritz-Carlton. O laudo médico divulgado aponta que a causa da morte foi por Traumatismo Craniano. Saget estava no meio de uma turnê de stand-up comedy e havia se apresentado no teatro Ponte Vedra Concert Hall em Ponte Vedra Beach, Flórida, na noite anterior.
16/1 – Françoise Forton
A atriz, nascida no Rio de Janeiro, morou em Brasília dos 5 aos 17 anos, mas foi quando retornou para sua cidade natal é que iniciou sua carreira de atriz em 1969, fazendo uma pequena participação na novela A Última Valsa. Em 1974, porém Françoise começou a ter mais notoriedade na televisão com a novela Fogo sobre Terra em 1974, interpretando a rebelde Estrada-de-Fogo e vários outros papéis de destaque nos anos seguintes. Françoise Forton faleceu no dia 16 de janeiro de 2022. Ela estava internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, onde tratava um câncer.
20/1 – Elza Soares
Uma das maiores artistas brasileiras, Elza Soares, nasceu no Rio de Janeiro e foi uma cantora e compositora musical que interpretava samba, jazz, samba-jazz, sambalanço, bossa nova, mpb, soul, rock e música eletrônica. Detentora de vários títulos e prêmios, Elza trabalhou até o fim dos seus dias.
Em 2017, a turnê do álbum a levou a um show no Central Park em Nova Iorque, elogiado pela crítica local, incluindo o músico David Byrne. Em 2018, lançou o álbum Deus É Mulher e no ano seguinte, veio Planeta Fome, eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do segundo semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Em dezembro de 2021, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Cultura, instituição instalada naquela oportunidade.
Em 20 de janeiro de 2022, Elza se foi. Morreu de causas naturais, em sua casa, aos 91 anos de idade, também no Rio de Janeiro.
15/2 – Arnaldo Jabor
Outra grande perda para os brasileiros foi a de Arnaldo Jabor em fevereiro. Ele também nasceu no Rio de Janeiro e, quando jovem, se formou em cinema. Seu primeiro longa-metragem foi o inovador documentário Opinião Pública, em 1967, uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade. Jabor foi responsável por pelo menos 10 produções cinematográficas de sucesso, além de ter recebido diversos prêmios e escrito 8 livros.
Arnaldo Jabor, além de cineasta e escritor, também foi roteirista, diretor de cinema e TV, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico e jornalista. Ele faleceu aos 81 anos de idade, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde tratava complicações de um acidente vascular cerebral sofrido dois meses antes.
23/2 – Paulinha Abelha
Umas das mortes mais repentinas no Brasil, depois da perda de Marília Mendonça, ainda muito recente, Paulinha Abelha se foi com apenas 43 anos. A cantora, que iniciou sua carreira artística aos 12 anos, cantando em trios elétricos nas cidades do interior sergipano, até que, anos depois, se tornou vocalista da banda de forró eletrônico calcinha Preta. Ela conquistou milhões de fãs pelo Brasil.
Em fevereiro, porém, Paulinha Abelha foi internada em estado grave em Aracaju, capital do Sergipe, com quadro de insuficiência renal. O quadro clínico evoluiu para um coma profundo e 7 dias depois ela morreu. O laudo revelou que as causas da morte foram meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite.
26/3 – Taylor Hawkings
Outra morte repentina, o baterista da banda Foo Fighters faleceu um dia antes de se apresentar no Lollapalooza, em São Paulo. Ele foi encontrado morto em um hotel na cidade de Bogotá, capital da Colômbia. O perfil oficial da banda, na época, divulgou o falecimento do músico em suas redes: “A família Foo Fighters está devastada pela trágica e prematura perda de nosso amado Taylor Hawkins”, escreveu a banda em suas redes sociais. “Seu espirito musical e riso contagiante vão viver para sempre conosco”.
Hawkins gravou oito álbuns de estúdio entre 1999 e 2021 com o Foo Fighters e, antes de se juntar à banda em 1997, foi o baterista de turnê para Sass Jordan e para Alanis Morissette, bem como o baterista da banda progressiva experimental Sylvia. Em 2004, Hawkins formou seu próprio projeto paralelo, Taylor Hawkins e os Coattail Riders, em que ele tocou bateria e cantou, lançando três álbuns de estúdio entre 2006 e 2019.
26/5 – Ray Liotta
Um dos grandes nomes de Hollywood, Ray Liotta, morreu em maio último, aos 67 anos. O artista faleceu enquanto dormia, na República Dominicana, onde estava filmando “Dangerous Waters”. O artista, que começou a ganhar fama na segunda metade dos anos 1980, quando atuou nos filmes “Totalmente Selvagem” (1986) e “Campo dos Sonhos” (1989), foi o grande astro de “Os Bons Companheiros” (1990).
30/5 – Milton Gonçalves
Um dos maiores atores e, também, diretor Milton Gonçalves, ícone da TV brasileira, foi o artista a morrer mais recentemente. Ele se foi aos 88 anos, em sua casa no Rio de Janeiro, após consequências de problemas de saúde desde que teve um AVC, em 2020. De acordo com sua biografia, Milton tinha mais de 60 anos de carreira.
Milton começou ainda criança fazendo teatro amador e sua estreia profissional acorreu em 1957, no Arena, na peça “Ratos e Homens”, de John Steinbeck. Daí então, o ator fez dezenas de trabalhos para a TV, teatro e cinema, sendo de 40 novelas só na Globo, onde também atuou em programas humorísticos e minisséries. A última novela que Milton Gonçalves participou na TV Globo foi “O Tempo Não Para”, em 2018, quando interpretou o catador de materiais recicláveis Eliseu.
Leia mais sobre: Arte / Cultura / Variedades