Um relatório divulgado pelo Governo de Goiás aponta dívida herdada da gestão anterior ao Ipasgo e o investimento de R$ 480 milhões para recuperação do instituto. De acordo com o informativo, foi registrada uma situação de colapso financeiro e administrativo entre os anos de 2011 e 2018. As exposições indicam uma resposta às críticas de marconistas em relação ao projeto do Executivo, recém aprovado na Alego, que institui a contribuição dos dependentes do plano.
Segundo o relatório, durante o período, o Ipasgo foi alvo de algumas investigações de corrupção. Dentre os casos citados, estão operações policiais que apuraram desvios que chegaram a R$ 600 milhões, valor que teria comprometido, segundo o plano, a capacidade de atendimento do Ipasgo aos servidores públicos. Naquele contexto, centenas de prestadores de serviços se descredenciaram por falta de pagamento.
O relatório também aponta investigações da Polícia Civil, que identificaram a atuação de um grupo organizado dentro do instituto, formado por servidores da área de tecnologia da informação. “O esquema envolvia fraudes no sistema de credenciamento, com a inclusão irregular de clínicas, médicos e laboratórios, que passaram a receber repasses sem a correspondente prestação de serviços”, frisa.
Ainda segundo o informativo, em 2016, após dois anos sem a concessão da reposição da data-base, houve um reajuste de 10,71% nas mensalidades do plano.
Mudanças
Já em 2019, o relatório aponta a determinação de uma revisão ampla dos contratos do Ipasgo e a adoção de medidas para interromper ações irregulares. “Desde então, o Estado investiu aproximadamente R$ 480 milhões para recuperar o equilíbrio financeiro do instituto”, pontua.
Nesse processo, o Ipasgo foi transformado em Serviço Social Autônomo, conforme determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), com mudanças no modelo de gestão. A reestruturação, segundo o plano, passou a integrar o conjunto de medidas adotadas pelo governo para reorganizar as finanças e os serviços públicos.
Recentemente, foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás, com 25 votos a favor e 09 contra, o projeto de lei nº 30892/25, que autoriza a cobrança dos dependentes de beneficiários do Ipasgo Saúde. A contribuição dos dependentes será de 30% da tabela atuarial e limitada por teto familiar, levando em consideração, ainda, a faixa etária do usuário dependente do titular do plano.
Segundo argumentos da Secretaria da Economia do Estado de Goiás, inclusos na exposição de motivos da matéria, essa cobrança “reduz, de forma expressiva, o déficit atual, traz a sinistralidade para patamar próximo ao equilíbrio técnico, corrige distorções históricas de custeio e reforça a justiça contributiva”.
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