14 de outubro de 2024
Reestruturação

Relatório de auditoria da UFG para o Imas aponta disparidade entre arrecadação e despesas

A UFG realizou auditoria financeira e operacional para um diagnóstico técnico que será utilizado no plano de reestruturação do Imas, e apontou medidas de curto e longo prazo
O relatório vai integrar o plano de reestruturação do Imas. Foto: Prefeitura de Goiânia
O relatório vai integrar o plano de reestruturação do Imas. Foto: Prefeitura de Goiânia

O relatório do plano de recuperação do Imas (Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia), feito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), apontou disparidade entre a arrecadação e as despesas do instituto. O documento elaborado pela universidade foi feito com base na auditoria financeira e operacional, para diagnóstico técnico sobre eficiência e utilidade dos gastos do Imas.

O relatório vai servir como base para a reestruturação do Imas, que esta em fase de planejamento. Conforme a auditoria financeira realizada pela UFG, entre de 2020 e 2022, a receita arrecadada pelo instituto foi de R$ 472.129.539,22, enquanto as despesas com a rede credenciada chegaram ao patamar de R$ 540.502.986,93, acumulando um déficit de R$ 68.373.447,71 durante esse período. Já entre janeiro e setembro de 2023, a média arrecadada foi de R$ 16.038.833,55 para uma despesa de R$ 20.260.915,02, com déficit de R$ 4.222.081,47.

No relatório feito com base nos dados da auditoria financeira, a universidade também apresentou medidas que podem ser aplicadas a curto, médio e longo prazo, para ajudar na resolução dos problemas financeiros enfrentados pelo Imas. As medidas são focadas na saúde financeira do instituto, na ampliação da rede de atendimentos médicos e diminuição dos prazos de espera para consultas e exames dos usuários.

Problemas financeiros

Para o presidente do Imas, Dr. Marcelo Marques Teixeira, agora, com base na análise concreta dos dados será possível pensar em um plano de reestruturação viável. “O resultado mostra, claramente, que os números não batem. Os custos de atendimentos em saúde na rede privada são bem superiores do que a arrecadação média do órgão. Valores insuficientes para pagar a dívida com as clínicas e hospitais. Com os dados, já é possível avançar no projeto de reestruturação do instituto”, disse.

De acordo com o presidente do Imas, a solução do problema demanda, principalmente, o aumento da receita do instituto. “A única maneira de sanar as dívidas do Imas é a ampliação da receita. A atual situação é provocada por alguns fatores como: arrecadação insuficiente, grande número de exames, consultas e atendimentos em alta complexidade e a alta inflação em saúde”, disse o presidente.

Alternativas para solução

Uma sugestão da UFG é a criação da Câmara de Negociação que discutirá questões relacionadas aos contratos, pagamentos, reajustes e demais aspectos da relação entre o Imas e a rede credenciada. Os envolvidos no processo devem estabelecer um cronograma de pagamento das dívidas existentes.

Como uma das alternativas do Imas para o plano de reestruturação, inicialmente, é a mudança no credenciamento de prestadores de serviço. A partir do edital publicado no Diário Oficial do Município, na última terça-feira (20), o credenciamento de hospitais, clínicas e demais prestadores de serviços de saúde será feito de forma totalmente digital. O novo modelo vai garantir segurança jurídica ao órgão, de modo a proibir a paralisação, a interrupção ou a descontinuidade dos tratamentos dos pacientes sem a observância dos procedimentos e prazos estabelecidos nos contratos. 

Outras medidas previstas no plano de reestruturação do Imas incluem a inauguração do Hospital do Servidor para atendimento dos usuários do Imas e a elaboração e o envio de um projeto de lei à Câmara Municipal para a alteração da natureza jurídica do instituto. O objetivo é ampliar o rol de cobertura e acesso a dependentes, a exemplo do que ocorreu no governo do Estado com o Ipasgo.


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