12 de setembro de 2024
SOBRECARGA

Relatório aponta que pelo menos 73% dos custos de cuidado de pessoas com demência ficam com a família

Relatório mostra ainda que os responsáveis pelos cuidados da pessoa com demência estão sobrecarregados
Para o levantamento, 140 pessoas com demência e cuidadores foram entrevistados. (Foto: reprodução)
Para o levantamento, 140 pessoas com demência e cuidadores foram entrevistados. (Foto: reprodução)

O Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil (Renade), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a partir da iniciativa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), aponta que ao menos 73% dos custos que envolvem o cuidado de pessoas com demência no Brasil, que podem chegar a 81,3%, ficam por conta das famílias dos pacientes. O estudo ainda mostra que os responsáveis pelos cuidados estão sobrecarregados.

Segundo a pesquisadora e coordenadora do Projeto Renade no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Cleusa Ferri, em entrevista para a Agência Brasil, o cuidado envolve horas de dedicação. “A pessoa, por exemplo, pode ter que parar de trabalhar para cuidar. Isso tudo envolve o que a gente chama de custo informal. É importante que se ofereça um apoio para a família”, afirma.

Conforme o relatório os custos são diretos, como em internação, consultas e medicamentos e indiretos, como perda de produtividade da pessoa que é cuidadora. Além disso, aponta que os cuidados consomem em média 10 horas e 12 minutos.

Ainda em entrevista à Agência Brasil, Ferri afirmou ser necessário aumentar o número de serviços de qualidade que atendam às necessidades da pessoa com demência e parentes, sendo necessário olhar para o cuidador.

Pesquisa

Para o levantamento, 140 pessoas com demência e cuidadores foram entrevistados, sendo 69,3% mulheres. Entre os entrevistados, pelo menos 45% das pessoas tinham sintomas de ansiedade e depressão, 71,4% apresentavam sinais de sobrecarga devido ao cuidado e 83,6% exerciam cuidado de forma informal e sem remuneração.

Além disso, 51,4% dos pacientes utilizaram o serviço privado de saúde e 42% não utilizavam nenhum tipo de medicamento, sendo que apenas 15% retiravam a medicação gratuitamente pelo SUS.


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