Uma jornada nacional de mobilizações sobre a reforma tributária pretende alertar para a reforma do imposto de renda – através do Projeto de Lei 1087/2025 – como sendo o cerne da estratégia para o Brasil alcançar uma justiça tributária que impacte beneficamente os trabalhadores. Este é o entendimento dos especialistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o PL 1087-25.
Leila Brito, economista supervisora técnica do Dieese em Goiás destacou nesta sexta-feira (29) a importância de isentar as faixas de renda de até R$ 5 mil reais, formadas pela classe trabalhadora, e taxar os que ganham acima de R$ 600 mil por ano e que, portanto, são milionários.
“É importante porque nossa estrutura tributária é regressiva, ou seja, quem tem mais paga menos e quem tem menos paga mais e é preciso inverter esta situação”, frisou ela em vídeo divulgado nas redes sociais.
Governo defende impacto no poder de compra e rendimentos dos trabalhadores
O governo federal tem defendido que essa mudança será vital para impactar diretamente a vida dos trabalhadores, incidindo sobre a tabela de isenções e nas deduções, além de estabelecer uma progressividade, ao contrário da regressividade atual. A expectativa é que as mudanças na tabela de isenção e nas deduções, afetem o poder de compra e o rendimento disponível dos trabalhadores de diferentes faixas de renda.
“Quem ganha menos precisa pagar menos impostos, e quem ganha mais, precisa pagar mais impostos”, simplifica Leila.
Sindicatos alertam população
A jornada que está acontecendo envolve mobilizações sindicais para cobrar de deputados e senadores a aprovação do PL 1087=25, conforme foi enviado pelo governo, destaca no vídeo o dirigente da Central Única dos Trabalhadores em Goiás, Ricardo Manzi. Segundo ele, as organizações sindicais vão a feiras e outros locais públicos para debater e engajar a população nessa mobilização.
Além da tributação do salário, o PL 1087-25 foca em uma das mudanças mais significativas e polêmicas que é a tributação de lucros e dividendos. É um ponto essencial porque, além de afetar diretamente a renda dos mais ricos e o capital, a reforma tributária pode beneficiar a seguridade social, com uma arrecadação de impostos que pode financiar serviços públicos essenciais, como aposentadoria e saúde.
Motta sinaliza aprovação do projeto
Esta semana o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o texto da comissão especial que debateu o projeto “chega forte ao Plenário para ser aprovado”. Segundo o presidente, eventuais iniciativas para mudanças no texto serão analisadas pelos parlamentares “com responsabilidade”.
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