Durante o 1º Congresso de Jornalismo de Educação, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), educadora Maria Inês Fini, expôs sua visão sobre o projeto da Reforma do Ensino Médio e as alterações que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deverá sofrer nos próximos anos.
“Há 20 anos nós discutimos a Reforma do Ensino Médio. No próprio Congresso [Nacional] havia seis projetos de leis para a reforma do ensino médio. Eu não considero que seja uma discussão rápida. […] O que caracteriza a Reforma é a flexibilidade. […] Houve uma redução de 15 habilidades das áreas. Eram 45, agora são 30. Se você olhar atentamente, os exames nunca se referiram às habilidades. Eles se referem às listas de conteúdos que foram agregadas. Então, temos um enorme constrangimento porque não são as habilidades que são avaliadas, são os conteúdos. Eles só diferenciam de ano para ano. Esse ajuste nós vamos ter que fazer”, afirmou.
Maria Inês também comentou que o Enem deverá avaliar o estudantes em suas competências e habilidades e não ficar restrito aos conteúdos ministrados em sala de aula de uma forma que o aluno não faça conexão entre o Ensino Médio e o Ensino Superior. Para a educadora, hoje o Enem funciona da mesma forma que o vestibular, excluindo candidatos. No entanto, a presidente informou que garantirá que a nota do Exame continuará sendo utilizado como forma de entrada pelas universidades, mesmo que cada entidade determine o método.
“Fundamentalmente quero que o Enem avalie competências e habilidades. Acho que a educação brasileira passou do modelo de que temos que treinar a memória dos alunos, de que é importante pensar em usar a informação. O Enem cumpre o papel do vestibular. Há toda uma consciência nossa no sentido de que em hipótese alguma faremos qualquer prejuízo para os alunos que usam o resultado do Enem nas políticas sociais, como o Fies e Prouni. Nosso desafio é enorme em poder conciliar essas coisas. O nosso desafio é fazer o constructo, que é maior do que qualquer tipo de outra explicação. Mas tem que ter um convencimento, uma sustentabilidade que permita que as universidades enxerguem isso como mecanismo de acesso ao ensino superior”, concluiu.
A jornalista viajou a convite do Instituto Unibanco*
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