20 de dezembro de 2024
Economia

Reforma da Previdência ‘diluída’ não resolve, diz Meirelles a deputados

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em apresentação a deputados, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu que uma reforma da Previdência “diluída”, que não gere “muita resistência”, não é capaz de resolver o problema previdenciário do Brasil.

“Uma reforma da Previdência que seja tão diluída para não criar muita resistência também não resolve o problema. Não resolvendo o problema, é melhor não enfrentar o problema. […] Se for para fazer, tem que ser uma reforma que de fato funcione”, disse.

O ministro fez a afirmação a deputados da bancada do PSD, com a qual se reuniu na manhã desta quarta-feira (8). Ele argumentou, ainda, que a reforma da Previdência “não é uma opção, é uma necessidade”.

Meirelles e o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, têm se reunido com bancadas da Câmara para defender a necessidade da reforma e tentar convencer os deputados de que o texto deve ser mantido o mais fiel possível à versão do Executivo.
Levantamento da Folha de S.Paulo aponta que metade dos integrantes da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da Previdência se opõe à exigência de idade mínima de 65 anos para aposentadoria, e a maioria discorda de outros pontos cruciais da proposta apresentada pelo presidente Michel Temer.
Nesta terça (7), Meirelles e Caetano se reuniram com a bancada do PMDB, partido do presidente Michel Temer. Segundo participantes da reunião, a intenção do governo era convencer os deputados da necessidade da reforma e dar argumentos para que eles defendam os principais pontos da proposta.
Na reunião, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), disse que “existem muitas mentiras sobre esse tema circulando na rede”. Ele afirmou ter certeza de que o PMDB não fugirá da responsabilidade “de fazer com que as propostas do presidente Michel avancem na Câmara dos Deputados”.
No encontro com o PSD, o líder da bancada na Câmara, Marcos Montes (MG), defendeu a necessidade de “fazer medidas duras, impopulares” para “consertar” a economia brasileira.
As reuniões têm sido abertas à imprensa apenas durante a apresentação inicial do ministro. No momento em que os deputados questionam os pontos da reforma, a participação fica restrita aos parlamentares e assessores parlamentares.
SUBSISTÊNCIA
Nesta terça, o relator da proposta na comissão especial, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), defendeu que a aposentadoria deve representar “subsistência” e que, para ter uma “vida melhor”, o trabalhador deve fazer outro tipo de poupança.
“Aposentadoria é subsistência. Quem quiser ter vida melhor faça outro tipo de poupança”, afirmou o relator a uma plateia de sindicalistas.
Caberá a ele apresentar o parecer da reforma da Previdência à comissão, que deve trazer mudanças em relação ao texto original. A expectativa dele é que esse relatório seja divulgado na última semana de março.
O presidente Michel Temer disse, também na terça, que quem reclama do projeto é “quem ganha mais” e defendeu que não haverá perda de direitos para os trabalhadores.


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