Em sua apresentação como técnico do São Paulo, Dorival Júnior afirmou que talvez fosse o caso de o clube fechar seu balcão de negócios, devido às constantes mudanças no elenco durante o primeiro semestre.
A diretoria ainda trabalhou. O meia Hernanes e o meia-atacante Marcos Guilherme foram as últimas dessas contratações. Neste sábado (29), em vitória por 4 a 3 sobre o Botafogo, no Rio, é certo que Dorival não está arrependido de poder contar com a dupla.
Marcos Guilherme marcou duas vezes em sua estreia e Hernanes anotou outro, todos no segundo tempo, garantindo ao time três pontos em partida que já parecia perdida.
Pela segunda rodada seguida o São Paulo busca um resultado positivo depois de se ver em desvantagem no placar. Pela segunda vez também contra adversários muito mais bem colocados na tabela. Na segunda passada (24), empatou com o Grêmio por 1 a 1.
Isso depois de a derrota parecer encaminhada.
Depois de abrir o placar no Rio de Janeiro e de perder um pênalti, o time de Dorival Júnior foi punido provisoriamente por um time conhecido por seu oportunismo. O Botafogo chegou a ter placar favorável de 3 a 1, aos 39 min do segundo tempo.
Mas abaixou a guarda e permitiu a segunda virada do jogo.
“Nem nos melhores jogos poderia pensar num jogo assim”, afirmou Hernanes.
O São Paulo agora sustenta invencibilidade de três rodadas sem derrota. Com três pontos escapa provisoriamente da zona de rebaixamento, pulando para o 15º lugar. Agora, fica na torcida contra Avaí, Atlético-PR e Coritiba.
Essa foi a primeira vitória de virada da equipe do Morumbi neste Brasileiro. Até o empate com o Grêmio, na verdade, o time não havia conseguido sequer um ponto depois de se ver atrás no placar.
Para derrubar o Botafogo, porém, deu trabalho.
Durante pouco mais de 60 minutos, o São Paulo mostrou em campo uma articulação que há tempos não se via.
O meia Hernanes, de volta ao time após sete anos, teve participação importante nesta evolução.
Com posicionamento bastante adiantado, jogando próximo à área, tal como havia dito em sua apresentação que era sua preferência, o veterano comprovou o discurso de que está em forma. Também foi nomeado capitão por Dorival Júnior.
Mais um estreante nesta edição, o meia-atacante Marcos Guilherme também foi bem. Entrando no segundo tempo, em uma de suas primeiras participações, já marcou seu gol pelo São Paulo.
Outro ponto positivo nesse sentido foi a movimentação do peruano Christian Cueva, aparentemente em melhor forma física e, também, mais disposto.
Ambos os meias participaram ativamente da criação de jogadas, como há muito não se via, sem que o time dependesse em demasia de investidas pelas pontas.
Foi numa trama pelo centro do campo que o São Paulo fez 1 a 0, aos 17 min, com o próprio Cueva. A equipe saiu na frente, é verdade, também com uma falha botafoguense, cuja defesa falhou em tirar a bola da área após infiltração do peruano.
O Botafogo, de todo modo, não se permitiu nem mesmo digerir a desvantagem. Logo no minuto seguinte empatou com chute forte do meia Marcos Vinícius, ex-Cruzeiro. Ele recebeu passe dentro da área e, com liberdade, acertou finalização precisa, cruzada e rasteira.
Foi uma falha de posicionamento dos defensores. Aos 25 min, foi a vez de o goleiro Renan Ribeiro errar. Marcos Vinícius chutou mais uma vez, dessa vez de longe. O goleiro permitiu que a bola quicasse à sua frente e não conseguiu fazer a defesa.
Com defesa bem postada, contra-ataques precisos e jogadores de elevada confiança, o Botafogo virou semifinalista da Copa do Brasil, eliminando o Atlético-MG na quarta passada (26).
É deste modo também que o time de Jair Ventura também ocupa o sétimo lugar na tabela.
Ao contrário do que se tornou comum ao São Paulo neste campeonato, a virada não desmontou a equipe. Os visitantes seguiram competitivos em campo, progredindo com a bola, procurando espaços contra a quarta melhor defesa da competição. Aí não teve tanto sucesso.
Recuperado de uma contusão no ombro, vindo do banco, Wellington Nem convenceu o árbitro André Luiz de Freitas Castro de que havia sofrido pênalti. Cueva, porém, viu o goleiro Gatito Fernández fazer a defesa.
Na sequência, em contra-ataque muito bem executado, Guilherme fez o terceiro do Botafogo, aos 23min.
Nos minutos finais, em pressão desenfreada, o São Paulo buscou o resultado. Primeiro Marcos Guilherme aproveitou sobra de escanteio. Depois Hernanes converteu rebote na grande área. Por fim, em contragolpe, Marcos Guilherme recebeu passe de Cueva e definiu.
BOTAFOGO
Gatito Fernández; Luis Ricardo, Joel Carli, Igor Rabelo e Victor Luis (Victor Lindenberg); Rodrigo Lindoso, Matheus Fernandes, João Paulo e Marcos Vinícius (Guilherme); Rodrigo Pimpão e Roger (Brenner). T.: Jair Ventura.
SÃO PAULO
Renan Ribeiro; Bruno, Rodrigo Caio, Arboleda e Edimar; Jucilei e Petros (Marcos Guilherme); Marcinho (Wellington Nem), Hernanes e Cueva; Lucas Pratto (Gilberto). T.: Dorival Júnior.
Árbitro: Andre Luiz de Freitas Castro (GO)
Auxiliares: Bruno Raphael Pires e Leone Carvalho Rocha (ambos de GO)
Público – 14.016 pagantes
Renda: R$ 528.120,00
Cartões amarelos: Petros (São Paulo)
Gols: Cueva (SAO), aos 18 minutos do primeiro tempo; Marcos Vinicius (BOT), aos 19 e 25 minutos do primeiro tempo; Guilherme (BOT), aos 23 minutos do segundo tempo; Marcos Guilherme (SAO), aos 39 e 47 minutos do segundo tempo; e Hernanes (SAO), aos 41 minutos do segundo tempo.
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