22 de novembro de 2024
Cidades

Referência do jornalismo ambiental, Washington Novaes morre em Aparecida de Goiânia

Jornalista recebeu inúmeros prêmios na carreira. (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Jornalista recebeu inúmeros prêmios na carreira. (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Morreu na noite desta segunda-feira (24), aos 86 anos, o jornalista Washington Novaes. Ele passou por uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino em um hospital de Aparecida de Goiânia e não resistiu.

De acordo com o filho dele, o cineasta Pedro Novaes, o jornalista descobriu o tumor em março deste ano. O tratamento pedia um procedimento cirúrgico, realizado na última quinta-feira (20). Desde então, Washington permaneceu na UTI.

No domingo (23), o quadro dele se agravou devido a uma infecção decorrente da operação e problema no fígado.

Washington Novaes

Washington Luís Novaes é natural de Vargem Grande do Sul, em São Paulo. Nascido em 3 de junho de 1934. ele se tornou uma grande referência do jornalismo ambiental. Novaes foi editor do Globo Repórter e do Jornal Nacional. Na luta pelo meio ambiente, fez vários documentários e produziu muitos livros.

Os trabalhos na área renderam-lhe prêmios, como o Esso especial de Ecologia e Meio Ambiente, em 1992, e o Professor Azevedo Netto, em 2004. Um dos programas dele, o “Amazonas, a pátria da água”, foi prata no Festival de Cinema e Televisão de Nova York em 1982.

Entre os vários trabalhos que fez estão o “Domingo Gente” (1976), “Amazonas, a pátria da água” (1981), “Xingu, a Terra Mágica”, “Xingu, uma Flecha no Coração” e “Xingu, a Terra Ameaçada”. As duas últimas também foram premiadas internacionalmente.

Pela TV Cultura produziu o roteiro e dirigiu a série documental “O desafio do lixo”, de 2001.

Novaes também é autor dos livros “A quem pertence a informação”, escrito em 1989, e “A década do impasse: da Rio-92 à Rio+10”, de 2002. Ao longo da carreira, Washington publicou mais de dez livros, boa parte deles focada no meio ambiente e povos indígenas.

Uma das maiores honrarias de sua carreira veio em 2004, quando venceu a categoria Meio Ambiente do Prêmio Unesco. Em 2014, foi promovido à Classe Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural.

Fora da carreira como comunicador, Novaes foi, entre 1991 e 1992, secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal.


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