O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO) reagiu com indignação à publicação, nesta quarta-feira (19), do Edital de Chamamento Público nº 003/2025 da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), que redefine o credenciamento de médicos da rede municipal e reduz os valores pagos aos profissionais. A entidade afirma que, além de impor desvalorização financeira, o novo modelo mantém vínculos totalmente precarizados, sem direitos trabalhistas, previdenciários ou condições adequadas de trabalho.
O ponto mais crítico, segundo o SIMEGO, é que a decisão da prefeitura tomada em meio à falta de especialistas, carência de insumos e superlotação nas unidades coloca em risco direto o atendimento à população. Para o sindicato, reduzir honorários neste cenário “significa empurrar a rede para um colapso anunciado”.
A capital convive atualmente com uma estrutura fragilizada e equipes reduzidas. Para o SIMEGO, desestimular profissionais com remuneração menor e sem recomposição inflacionária acumulada é agravar um quadro já crítico. “Sem médicos valorizados, não há atendimento de qualidade. Não se trata apenas da remuneração, mas do direito dos cidadãos a uma saúde digna”, afirmou a diretoria.
O sindicato sustenta que a permanência de profissionais qualificados depende de condições mínimas de segurança, estabilidade e reconhecimento. Sem isso, alerta, cresce a tendência de evasão de médicos da rede municipal, o que amplia filas, reduz a oferta de especialistas e compromete a continuidade dos serviços prestados à população.
Diante do cenário, o SIMEGO afirma que está adotando todas as providências cabíveis e orienta os médicos a se manterem mobilizados, acompanhando as deliberações que serão divulgadas nos próximos dias.
O que diz a Prefeitura de Goiânia
A Secretaria Municipal de Saúde apresenta uma leitura diferente do chamamento 003/2025. A pasta afirma que o edital faz parte da reestruturação do programa de credenciamento e tem como objetivo ampliar a oferta de serviços em urgência, emergência, atendimento ambulatorial e especializado, além de reforçar a regulação e a verificação de óbitos.
Atualmente, a rede possui 733 médicos vinculados. A meta do novo chamamento é chegar a 1.876 profissionais. Segundo o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, o objetivo é suprir déficits históricos e melhorar a qualidade do atendimento. “É um passo importante para dimensionar adequadamente as equipes nas mais de 100 unidades, garantindo qualidade e continuidade do cuidado”, afirmou.
A gestão também defende a revisão dos valores pagos pelos plantões. A SMS ressalta que o ajuste corrige distorções e foi baseado em estudo de impacto orçamentário. Pellizzer afirma que Goiânia pagava até 30% acima de outros municípios da Região Metropolitana sem respaldo técnico. “Os valores brutos agora definidos são equivalentes aos praticados pela Sociedade Israelita Albert Einstein no Hospital de Urgência de Goiás”, disse.
A prefeitura sustenta ainda que o novo modelo melhora a eficiência do gasto público e fortalece a responsabilidade fiscal. Médicos já atuantes na rede também deverão se inscrever no novo credenciamento, que seguirá a ordem de inscrição e a regularidade da documentação apresentada.
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