O presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, afirmou nesta terça-feira (24) que “não refresca nada” a decisão da Petrobras de reduzir em 10% o preço do diesel nas refinarias da estatal.
A decisão, anunciada nesta quarta-feira (23), é temporária. A estatal vai interromper por 15 dias a política de preços, que hoje é baseada na cotação internacional do petróleo, com reajuste diário.
Um dos líderes dos caminhoneiros, Fonseca reforçou que a paralisação está mantida enquanto o governo Michel Temer negocia com a categoria. Uma reunião da Casa Civil com lideranças do movimento está prevista para as 14h.
A Abcam informou que, na reunião de quarta-feira, se comprometeu a liberar o transporte de carga viva, alimentos perecíveis, medicamento e oxigênio.
O pedido da associação é para que o governo elimine a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e PIS/Cofins sobre combustíveis, além de uma mudança na política de reajuste de preços, que, na avaliação da categoria, deveria ocorrer a cada 90 dias -ou pelo menos a cada 30 dias.
Se todos os pedidos forem atendidos, a Abcam espera uma redução de R$ 0,60 a R$ 0,80 no preço do diesel.
A expectativa, segundo Fonseca, é que haja uma isenção não só para o diesel, mas para todos os combustíveis.
O presidente da Abcam afirmou, ainda, que a paralisação só terminará quando for publicada a isenção de impostos (PIS/Cofins e Cide) sobre o diesel no Diário Oficial.
O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira o texto zera o PIS/Cofins sobre o diesel até o fim do ano. Para virar lei, precisa da aprovação pelo Senado e a sanção presidencial.
A expectativa dos caminhoneiros era de ver a tramitação concluída hoje. Se não houver votação no Senado, a paralisação será mantida, segundo eles.
“Estamos esperando, mas vamos ficar parados [enquanto não votar PIS/Cofins]”, disse. “Quando o governo não quer atender uma reivindicação, cria um grupo de trabalho. Espero que não seja mais um, pois não vamos aceitar nada disso”, disse.
Fonseca disse que o movimento nunca recebeu “um apoio tão grande” da sociedade. “Sempre fui tratado como perverso e irresponsável. Hoje, não. Todo mundo está apoiando”, afirmou. (Folhapress)
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