23 de dezembro de 2024
Economia

Rebaixamento não afetou interesse externo na dívida brasileira, diz coordenador

O rebaixamento do Brasil não afetou, até agora, o interesse de estrangeiros nos títulos da dívida interna brasileira, disse hoje (28) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais. 

Segundo ele, não foi observada a saída de investidores não residentes dos papéis do Tesouro Nacional nos dias seguintes à retirada do grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

‘Ainda não temos os dados fechados de setembro, mas temos a percepção de que, até o momento, não foi observado nenhum fluxo de saída de não residentes”, afirmou.

De acordo com o coordenador, ao mesmo tempo em que o Tesouro não observou nenhuma saída significativa de recursos, o órgão constatou crescimento da demanda de investidores estrangeiros pelos papéis da dívida interna brasileira, atraídos pela possibilidade de maior retorno.

“Com o dólar e os juros altos, muitos investidores estão se preparando para aplicar no país, porque acharam um melhor ponto de entrada.”

Apesar de o interesse pelos papéis brasileiros não ter sido alterado, o coordenador do Tesouro disse que os investidores estrangeiros estão trocando títulos de longo prazo por papéis de prazo mais curto. Segundo Morais, os aplicadores não precisam se desfazer de títulos prefixados de longo prazo como a NTN-F para encurtarem os investimentos.

“A gestão de carteira ocorre o tempo todo no mercado financeiro e é saudável. Em momentos de aversão ao risco, os investidores tendem a encurtar a carteira. Muitos estão fazendo hedge[operações no mercado futuro] para buscar proteção em momentos de volatilidade.”

As estatísticas da dívida pública em setembro só serão divulgadas no fim de outubro. Conforme os dados de agosto, divulgados hoje (28), os investidores estrangeiros detinham R$ 488,51 bilhões em títulos da dívida interna no mês passado, equivalente a 19,14% do estoque.

Em valores absolutos, a quantia representa o terceiro maior resultado mensal, só perdendo para maio (R$ 493,4 bilhões) e junho (R$ 493,5 bilhões). Em termos percentuais, a maior participação de não residentes na dívida interna foi registrada em maio, com 20,8%.


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