04 de setembro de 2024
Cidades

Radialista assassinado a tiros no interior de Goiás

Jefferson Pureza, radialista (Foto perfil Facebook)
Jefferson Pureza, radialista (Foto perfil Facebook)

(Com informações originalmente publicadas na Agência Press)


Um radialista do município de Edealina, sul do estado, foi morto a tiros na noite de hoje [17]. Segundo informações da Polícia Militar, o Jefferson Pureza, de 39 anos, foi atingido por vários disparos de arma de fogo. A vítima trabalhava como radialista na Rádio Beira Rio FM naquele município e era bem conhecido em toda região. Já teria inclusive atuado em outros veículos de comunicação em Pontalina. Não há ainda, qualquer informação sobre a autoria e motivação do crime. 

De acordo com relatos pelas redes sociais, o comunicador estaria na área externa de sua casa, juntamente com a esposa, quando dois suspeitos encapuzados chegaram em uma moto e dispararam várias vezes contra Pureza. O locutor tinha um programa considerado bastante polêmico, onde falava sobre as autoridades da região. 

Segundo o delegado responsável, Queopes Barreto, o discurso do radialista não agradava os governantes locais. Há cerca de três meses, por exemplo, a rádio onde Jefferson trabalhava foi incendiada durante a madrugada, mas até hoje não há informações sobre a autoria do crime. Os suspeitos pela por morte do radialista ainda não foram identificados.


Em 17/08/16, o jornal Gazeta do Estado, de Edealina, publicava a seguinte notícia:

“Já virou rotina em Edealina o radialista Jefferson Pureza usar seu programa na Rádio Comunitária 87,9 FM para atacar a administração municipal e algumas pessoas que estão desenvolvendo o seu trabalho pelo Município. A maneira como o radialista tem feito suas apresentações diárias já saiu do contexto e do bom senso. A população já começa a cobrar pelas ruas e algumas ações podem adentrar ao fórum da Comarca de Edéia”.

O fato sustenta, como informado pela Agência Press, que havia um ambiente de tensão entre o radialista e autoridades.

Pouco antes do assassinato, o radialista postou aos seus seguidores, no Facebook, o vídeo de Kell Smith com a música “Era Uma Vez”. 

 O radialista mantinha um relacionamento com  Ingrid Alcântara que despediu-se dele, também no Facebook, com uma mensagem na qual ela o reconhece como herói:

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O incêndio na Rádio de Edealina

Em novembro de 2017, a Rádio Beira Rio FM sofreu um incêndio e o fato ainda está por esclarecer. Em Nota, o advogado e diretor da emissora divulgava, no dia 19 daquele mês, um comunicado à sociedade de Edealina com suspeitas sobre o ocorrido.

Há suspeitas de que o incêndio tenha relação com o assassinato de Jefferson Pureza.

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO AOS CIDADÃOS DE EDEALINA

Na Madruga do último dia 18 de Novembro a Rádio Comunitária Beira Rio FM foi, mais uma vez, vítima de um ato criminoso que visa nos intimidar e nos calar e que escancara o estado ditatorial em que estamos vivendo.

Antes de que qualquer esclarecimento é necessário que todos nós respondamos a duas simples perguntas: a quem interessa calar a Radio Beira Rio FM? O silêncio de nossa rádio é benéfico pra quem? Creio que todos já sabemos a resposta para essas duas simples perguntas e essas simples respostas demonstram o caráter criminoso do ato que aconteceu na Rádio Beira Rio FM.

Não é a primeira vez que tentam nos calar e temos certeza que, infelizmente, não será a última; a Rádio Beira Rio FM já foi vítima de outro incêndio criminoso e que até hoje encontra-se sem resposta, nem sabemos ao menos como está a investigação se é que existe alguma; a pouco tempo atrás fomos vítima de um furto qualificado que furtou nossa aparelhagem, e visava apenas e tão somente nos calar; agora, somos mais uma vez vítima da falta de segurança pública de Edealina e da maneira espúria e ditatorial que a política é feita em nosso município.

Agora nesse incêndio criminoso, os bandidos antes de incendiar nosso prédio tiveram o “cuidado” de roubar nossa aparelhagem para garantir que mesmo que o incêndio não destruísse tudo, a rádio fosse silenciada. Infelizmente o incêndio destruiu todo o prédio e tudo que havia dentro.

Faz-se necessário alguns esclarecimentos para que o maior beneficiário do silêncio TEMPORÁRIO da Rádio Beira Rio FM seja colocado no seu devido lugar:

1) Assim que foi informada do incêndio, a Direção da Rádio entrou em contato com a Polícia Militar, às 4 horas da manhã, solicitando providências, sendo que inicialmente a Polícia Militar não queria nem mesmo comparecer ao local do incêndio, sugerindo que fosse realizado apenas um Boletim de Ocorrência na modalidade “on-line” o que é um absurdo, posto que o incêndio é criminoso e deve ser investigado e os responsáveis punidos; após insistência da Direção da Rádio, a Polícia Militar foi até o local do incêndio durante a manhã de sábado e isolou o local, colocando fitas para impedir o acesso do público em geral.

2) Após entrar em contato com a Polícia Militar, a Direção da Rádio buscou auxílio junto a alguns Secretários Municipais visando que fosse fornecido um caminhão-pipa para apagar o incêndio que ainda ocorria no prédio da Rádio, e sabe qual foi a resposta dos Secretários Municipais: não é possível prestar esse auxílio. O incêndio foi controlado com a ajuda de terceiros que utilizaram mangueiras caseiras para tentar controlar o fogo e até mesmo evitar que o fogo atingisse outros imóveis. Vejam o absurdo: a Administração Pública Municipal se recusou a nos auxiliar e preferiu deixar em perigo a vida de outros cidadãos que poderiam ter se machucado na tentativa de combater o fogo ou até mesmo o fogo poderia ter atingido outros imóveis, inclusive, sr. Prefeito, é crime contra a coletividade não providenciar todos os meios para acabar com um incêndio.

3) Lembram-se das 2 perguntas no início desse documento, pois é, não se esqueçam delas, pois o sr. Prefeito e o Procurador Jurídico Municipal resolveram “dar as caras” no local do incêndio após o mesmo estar controlado, e após as autoridades policiais seriam acionadas, lembrando que as mesmas foram acionadas pela Direção da Rádio e não pelo Prefeito ou seus bajuladores; pois então, mesmo sem amparo legal o Prefeito e o Procurador Municipal foram até o local do incêndio com o único e claro intuito de tripudiar dos nossos colaboradores e de verificar se o objetivo criminoso havia sido alcançado, ou seja, se haviam conseguido calar a Rádio Beira Rio FM. Chegando ao local encontraram dois de nossos colaboradores: o Jornalista Jefferson Pureza e o DJ Marlon e iniciaram cinicamente uma série de comentários e provocações com o único intuito de tirar a paciência dos nossos colaboradores e de saírem como vítimas, lembrando sempre que não podemos esquecer das 2 perguntinhas do início desse documento.

Além de calar a Rádio Beira Rio FM, o ato criminoso colocou em risco a sobrevivência de várias famílias que tiram seu sustento do trabalho honrado e sério que prestam junto a Rádio Beira Rio FM; e uma dessas famílias é a do Jornalista Jefferson Pureza, que inclusive será pai novamente: consternado pelo incêndio criminoso; consternado pelas várias ameaças que sofre quase que diariamente; consternado pela incerteza de seu trabalho nesse momento em que será pai novamente; agredido moralmente pelas palavras e expressões do sr. Prefeito, o Jornalista Jefferson Pureza num ato de legítima defesa, visando apenas que as provocações do sr. Prefeito cessassem, tomou as medidas que julgava cabíveis e expulsou do local o sr. Prefeito e o Procurador Jurídico. E aí se impõe outra pergunta: Por que o sr. Prefeito foi até o local do incêndio? Por que o sr. Prefeito foi acompanhado de seu “cinegrafista amador”? É claro o intuito do sr. Prefeito de provocar nossos colaboradores, de tripudiar de nosso momento de dor e consternação, e o mais absurdo de tudo, é claro o intuito de tentar pousar de vítima e desvincular seu nome do ato criminoso que foi o incêndio da Radio Beira Rio FM.

É importante deixar claro que nenhuma lei brasileira, nem a Constituição Federal, nem nenhuma outra lei manda que o Prefeito de qualquer município brasileiro deva exercer o papel de polícia em caso de crimes, ou seja, o sr. Prefeito de Edealina não tem poderes e nem o dever de isolar local de crime e/ou de investigar qualquer espécie de crime. A Lei determina que ele administre o município seguindo os limites e obrigações legais, ou seja, o que a Lei determina, ele não cumpre!

Prefeito Municipal, seus objetivos não foram e não serão alcançados: é difícil mas ainda acreditamos na Justiça Brasileira e temos certeza que os responsáveis pelo ato criminoso e covarde que incendiou a Radio Beira Rio FM serão identificados e punidos.

Garantimos também que nosso silêncio é temporário e que em breve voltaremos mais empenhados ainda, pois sabemos que estamos no caminho certo e não deixaremos nossa querida população de Edealina a mercê dessa administração desastrosa e criminosa que se encontra instalada no Poder Executivo Municipal já a alguns anos, mas que em breve, muito breve, por Determinação Judicial será afastada.

Cobraremos em todas as instâncias possíveis a apuração e punição deste crime, pois o ato que queimou a Rádio Beira Rio FM não foi um ato apenas contra nossa direção e nossos colaboradores, foi um ato contra a liberdade de imprensa, o pilar mestre do Estado Democrático de Direito; é doloroso ver que após 32 anos do fim da Ditadura Militar no Brasil ainda se queimam Rádios e se buscam calar jornalistas que buscam o benefício da população e o uso correto do dinheiro público e que denunciam os desmandos feitos com o dinheiro público. 

Por fim, deixamos claro que todos os bajuladores do Prefeito Municipal que estão aproveitando das redes sociais para denegrir a imagem da nossa Direção e dos nossos colaboradores serão intimados a prestar contas com a Justiça e a explicar todas as mentiras que estão sendo contados aos quatro cantos.

Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão impedir a primavera!

NÃO NOS CALAREMOS!

Edealina-Go, 19 de Novembro de 2017.

JOEL PIRES da Silva Júnior
OAB/GO 34.882
Advogado da Associação Comunitária de Edealina/Rádio Beira Rio FM

(Obs… Aguarde atualização da notícia)

 


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