Em entrevista concedida ao Editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, o Presidente da Comurg Alisson Borges afirmou que seguem em andamento ações que vão mitigar e resolver o problema de crise da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Segundo o gestor, com a terceirização da Companhia, a empresa teria um maior foco na urbanização e desenvolvimento.
Um dos pontos de destaque para melhorias na urbanização seria a realização de um centro de triagem no aterro sanitário. “Eu costumo dizer que no aterro sanitário hoje nós estamos fazendo, como um “gato”, ele faz a sujeira e enterra apenas. E nós já acompanhamos várias tecnologias. Hoje já existe a economia secular. A gente não chama mais de lixo, chamamos de resíduo, porque esse resíduo é aproveitado há muito tempo”, iniciou o Presidente.
Alisson destacou que no momento a administração pública, não tem essa expertise e muito menos condições de fazer os investimentos necessários que o próprio marco do saneamento básico exige. “O gás metano produzido pela decomposição da matéria orgânica não é aproveitado. São tecnologias de aproveitamento de resíduos que precisam ser instaladas no aterro sanitário e que a administração pública não tem condições de fazer o investimento. A previsão de investimento seria em torno de R$ 400 milhões só no aterro. Então é um investimento muito alto e que existem empresas no Brasil todo e no mundo todo que tem expertise para fazer isso”, salienta Alisson.
Crise na Comurg e licitação
Sobre o que levou a empresa a uma severa crise, Alisson relembra que o problema se deu ao reduzir o valor do contrato da Comurg na época da pandemia, em 25%, quando todas as empresas estavam aumentando os valores dos contratos. “Isso acarretou no déficit que nós temos hoje. E nós estamos trabalhando na iminência de assinar um novo contrato com a Prefeitura de Goiânia para fazer o equilíbrio econômico financeiro”.
Suspenso pelo TCM, pela necessidade de ajustes do termo de referência, o procedimento licitatório para o lançamento do edital ainda segue em trabalho por parte da prefeitura. De acordo com o TCM, existe um prazo de 90 dias para que a publicação seja realizada e as empresas interessadas possam participar. Até o fim do processo licitatório a coleta de lixo na cidade vai continuar com a Comurg.
O trabalho está sendo concluído com base no que preconiza o manual do TCM, que diz que é necessário obedecer às tabelas oficiais. “Tais tabelas valorizam o serviço que nós precisamos aqui na Comurg. Então esse valor desse contrato deve chegar a R$ 61 milhões, o que deve estancar a sangria da compra”.
Por fim, Alisson reforça que o futuro da Comurg está em andamento, e que será uma empresa centrada mais em controle e urbanização. “Estamos caminhando a passos largos. Vai ser uma empresa que vai dar mais resultados na parte de urbanismo. O próprio nome da empresa, diz Companhia de Urbanização de Goiânia. Ela no meio do caminho virou companhia de limpeza urbana, mas a Comurg foi criada para urbanizar e ela vai voltar às suas origens e fazer o trabalho que ela realmente foi criada para fazer”, finaliza.