22 de novembro de 2024
Caminhoneiros

“Não queremos ajuda do governo, queremos que cumpra-se o piso mínimo do frete”, diz presidente do Sinditac Goiás

Categoria afirma que paralisação não é a intenção neste momento, mas não descarta a possibilidade
A proposta com auxílio de mil reais à categoria, aprovada em dois turnos no Senado, foi encaminhada à Câmara dos Deputados. (Foto: Arquivo/Tânia Rego/Agência Brasil)
A proposta com auxílio de mil reais à categoria, aprovada em dois turnos no Senado, foi encaminhada à Câmara dos Deputados. (Foto: Arquivo/Tânia Rego/Agência Brasil)

Em entrevista a Rádio Bandeirantes Goiânia na manhã desta terça-feira (12), o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac-Goiás), Vantuir Rodrigues, falou sobre o auxílio de mil reais para os caminhoneiros, previsto pela PEC dos Combustíveis. A proposta, aprovada em dois turnos no Senado, foi encaminhada à Câmara dos Deputados. Mas, para a categoria, o auxílio proposto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), está longe de resolver os problemas enfrentados, sobretudo diante do aumento constante dos combustíveis nos últimos meses.

“Acredito que esse auxílio que o presidente está oferecendo ao caminhoneiro autônomo do país não resolve nada. Mil reais infelizmente não são suficientes para nem 130, 140 litros de óleo. O que vemos é que a categoria, que é responsável por 68% do transporte feito no país, está tentando ser levada na lábia. Conquistamos a Lei 13.703, que trata do piso mínimo de frete e essa lei não é cumprida. O caminhoneiro precisa é do cumprimento desta lei, e de responsabilidade do governo, e não de auxílio”, afirma Rodrigues.

Sobre uma possível paralisação da categoria, o presidente do Sinditac destacou que essa não é a intenção no momento. Contudo, ele não descartou a possibilidade. “Temos conversado com as entidades no país inteiro. País e mundo passam por dificuldades, e por a nossa categoria ser a responsável por quase tudo no país, entendemos que não é o momento de fazer uma paralisação. Mesmo assim, não descartamos [a possibilidade]. No momento, a intenção é que se faça valer o que já foi conquistado pela categoria”, reforça.

Rodrigues afirmou ainda que, de toda forma, a categoria esperará o mês de julho, em que há recessos, para tomar decisões a esse respeito. “Vamos aguardar passar o mês e nos reunir, porque a categoria infelizmente está morrendo. Em Goiânia já está faltando coisas, já que quem antes fazia o bate-volta entre São Paulo e Goiânia, para esse abastecimento, está parando, não está dando conta mais por conta dos custos”, destaca.

Com relação ao governo federal, o presidente do Sinditac é enfático. “Está brincando com governar, brincando com a categoria que é responsável pelo PIB do país. Não estamos sendo levados a sério, e não aguentamos mais. Se pararmos por 10, 15 dias, vai desabastecer todo o país e a eleição será um momento muito tumultuado. O presidente está tentando acalmar a categoria com esse auxílio, e nós não aceitamos essa esmola que o governo quer dar para o trabalhador. Não queremos ajuda do governo, queremos que cumpra-se o piso mínimo do frete “, pontua.

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Entenda

O Plenário do Senado aprovou na última quinta-feira (30) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui estado de emergência até o final do ano para ampliar o pagamento de alguns benefícios sociais (PEC 1/2022). A PEC prevê R$ 41,25 bilhões até o fim do ano para a expansão do Auxílio Brasil e do vale-gás de cozinha; para a criação de auxílios aos caminhoneiros e taxistas; para financiar a gratuidade de transporte coletivo para idosos; para compensar os estados que concederem créditos tributários para o etanol; e para reforçar o programa Alimenta Brasil. As medidas têm duração prevista até o final do ano de 2022. Agora a proposta será encaminhada para análise da Câmara dos Deputados.


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