Empresário e ex-deputado, Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, já disputou a vaga de senador pelo Paraná três vezes e à prefeitura de Curitiba em 1992, mas está em destaque por outros motivos atualmente. Garcia foi detido em processo que tinha o hoje senador Sergio Moro como juiz, e condenado a seis anos de prestação de serviço comunitário em 2008.
Tony Garcia também foi considerado um ‘megadelator’ da Lava-Jato. Seu primeiro contato com Moro e com os agentes do Ministério Público foi em 2004, quando foi preso após ser acusado de fraudes do extinto Consórcio Nacional Garibaldi. O ex-político esteve envolvido nas delações contra Beto Richa, Eduardo Cunha e outros figurões da política brasileira.
Mas, agora, em entrevistas recente a diversos veículos, Tony Garcia tem colocado a boca no trombone para falar do próprio Sergio Moro e as possíveis ilegalidades cometidas pelo ex-juiz.
“Eu fui agente infiltrado do Ministério Público, eu trabalhei por dois anos e meio, diuturnamente, com 24 horas tendo um agente da inteligência da Polícia Federal ao meu dispor para eu pedir segurança, para pedir interceptação de telefones, de tudo que colaborasse com a Justiça”, afirmou Tony em entrevista à Veja.
O empresário também fez um depoimento à juíza Gabriella Hardt na 13 Vara Federal de Curitiba afirmando ter criado provas ilegais contra diversas pessoas, incluindo o ex-governador Beto Richa. Uma das suas falas mais polêmicas, foi sobre ter sido pivô em um esquema que chantageou os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) com imagens de desembargadores de cueca em festas (e que Moro teria se beneficiado destes vídeos).
As informações mais recentes sobre as falas de Tony Garcia, noticiadas pela CNN, diz que Moro chegou a interferir para afastar o juiz federal Eduardo Appio da Lava Jato. Isso porque Appio levaria adiante as denúncias que ele fez à responsável anterior pela operação, Gabriela Hardt.
De acordo com o ex-deputado, essas denúncias consistiam no fato de que o ex-deputado teria ficado por anos trabalhando para a Lava Jato para obter informações de interesse da operação. “Eles me amarraram nesse acordo durante dez anos. Eles ficaram me usando para obter informações, usaram informações para perseguir o PT, eles usaram da minha amizade com o Eduardo Cunha para eu colher informações de operadores do PT, operadores da Petrobras, operadores do Zé Dirceu, de tudo, eles queriam pegar tudo”, afirmou à CNN.
Agora, Tony está aguardando a possibilidade de relatar suas denúncias contra Moro. “Eu estou esperando até agora que a PGR ou que alguém de direito me intime para eu poder falar […] Tem coisas que posso provar, mas o farei na Justiça. Para cada desmentido deles, eu vou mostrar duas verdades”, disse o empresário.
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