O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira, 8, que, com o avanço da vacinação no Brasil, já é possível pensar em retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre. Ele não deu prazo para autorizar a flexibilização, mas afirmou esperar que ela ocorra em breve.
“Temos vacinação equilibrada, podemos pensar em flexibilizar o uso de máscaras no ar livre. Às vezes, a pessoa tá andando de bicicleta sozinha e tem que usar máscara. Pra que isso?”, questionou.
Em entrevista coletiva para detalhar o planejamento da campanha de imunização contra a covid-19 em 2022, Queiroga voltou a dizer que a obrigação do uso da máscara por parte dos governos não serve para conscientizar a população sobre a importância do uso do equipamento. Para sustentar sua tese, ele fez uma analogia com o uso de preservativos para evitar infecções sexualmente transmissíveis.
“Preservativos diminuem DSTs, vou fazer lei que obrigue a usar preservativo? Nosso problema não é máscara, temos que desmascarar algumas pessoas aí, que têm narrativas que não se sustentam”, criticou.
A secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Melo, disse que é preciso ter prudência em relação à liberação das máscaras. “Gostaríamos de ver Zé Gotinha sem máscara, mas não é assim, temos de ter prudência”, declarou, ao falar que vários critérios precisam ser observados em relação à pandemia para decidir sobre isso.
Tratamento precoce
Questionado sobre o tratamento precoce, Queiroga afirmou que sua opinião é desnecessária por já ter emitido juízo em relação ao assunto.
“O tratamento inicial está sendo discutido. Já me manifestei sobre isso. É desnecessário me manifestar sobre esse aspecto. Todos sabem qual é minha posição. É preciso destruir narrativas. Se esse documento da Conitec, que prega o não uso do kit covid como tratamento vazou, vazou de forma inadequada. Quem participa de reuniões privativas do Ministério e divulga, está sujeito a punições”, afirmou.
Vacinas
Queiroga disse ainda que o Brasil não precisará das vacinas do Covax Facility em 2022. Ele afirmou acreditar que o imunizante da Janssen obtenha registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e “desejar fortemente” que a Coronavac consiga o mesmo.
“Quanto mais vacinas que tiverem registro definitivo e que forem incorporados pelo sistema de saúde, podem diminuir o custo. Vamos insistir que vacinas sejam incorporadas na saúde suplementar; vantajoso para operadoras de saúde.”
Rosana Melo afirmou que ainda não se sabe se haverá necessidade de dose de reforço para a população acima dos 12 anos. Segundo Rodrigo Cruz, caso haja necessidade de compra de mais imunizantes, o ministério tem “instrumento” para contratar.
Por Bruno Luiz e Eduardo Gayer, Estadão Conteúdo
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