As queimadas que assolam o Brasil têm efeitos que vão além da devastação ambiental. O aumento no preço da cesta básica é uma consequência direta da perda de lavouras e da escassez de alimentos, impactando diretamente o bolso do consumidor.
Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo nas queimadas, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, áreas fundamentais para a produção agrícola do país. Além do impacto ambiental, com a destruição de florestas e perda de biodiversidade, as queimadas também têm causado uma elevação nos preços dos alimentos que compõem a cesta básica.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de focos de incêndio em áreas agrícolas aumentou em 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa devastação afeta diretamente a produção de alimentos como arroz, feijão e óleo de soja, itens essenciais na alimentação das famílias brasileiras.
“A perda de lavouras significa menos oferta de alimentos no mercado, o que, inevitavelmente, resulta em aumento de preços”, explica o economista João Ribeiro, especialista em agronegócio. “Além disso, a escassez de produtos pode gerar um efeito cascata, elevando o custo de outros itens da cesta básica, como o pão, cuja produção depende do trigo, que também é afetado indiretamente pelas condições climáticas instáveis.”
O impacto já é sentido nas prateleiras dos supermercados, com a alta de preços de produtos como o arroz, que registrou um aumento de 15% nos últimos três meses. Em um cenário em que a inflação já é uma preocupação constante, as queimadas adicionam mais um fator de pressão sobre os preços, afetando principalmente as famílias de baixa renda.
As queimadas no Brasil têm consequências que vão além do desmatamento, afetando diretamente a produção de alimentos e, consequentemente, o preço da cesta básica. A tendência é que, caso não haja uma redução nos incêndios e uma recuperação das áreas agrícolas, os consumidores continuem a sentir o peso desses impactos no seu dia a dia. Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas mais eficazes no combate às queimadas e na preservação do meio ambiente, como forma de mitigar esses efeitos e garantir a segurança alimentar do país.
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