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Denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás sobre possíveis irregularidades no cadastramento e construção de casas no Residencial João Paulo II, na região norte de Goiânia, o ex-vereador Maurício Beraldo argumentou em entrevista ao Diário de Goiás, que “nunca tomou dinheiro de pobre”. Outras 10 pessoas também foram denunciadas.
“Eu tenho 40 anos de história em Goiânia fazendo casa para povo pobre, 40 anos construindo leis de moradia popular, 40 anos fincando cidades dentro de Goiânia como o Vale dos Sonhos, eu ia ficar preocupado em tirar dinheiro de pobre? Eu nunca tomei dinheiro de pobre” afirmou Beraldo na entrevista.
Denúncia
De acordo com o Ministério Público, o Estado de Goiás doou área para viabilização do residencial João Paulo II para construção de moradias populares. O cadastro seria feito pela a Sociedade Habitacional Comunitária (SHC), as famílias deveriam construir o alicerce e receberiam recursos do Cheque Moradia. Beraldo presidiu a entidade até o ano de 2002.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-GO (Gaeco), entre os anos de 2005 e 2011, a SHC cobrava valores de famílias baixa renda. A primeira parte do projeto deveria ter sido concluída em 2011.
Argumentações
De acordo com o Ministério Público, como o projeto não ficou pronto, em 2011 o Estado assumiu o empreendimento, mas a responsabilidade de fazer o cadastro ficou por parte da SHC. Segundo o Ministério Público, de 800 famílias, apenas 290 receberam as casas na 1ª etapa. Nem todas as famílias que pagaram pelos alicerces teriam sido contempladas. O ex-vereador contesta a denúncia.
“Nós já temos mais de 500 famílias dentro de casa. Nós não somos responsáveis por construir casas. A responsabilidade é da Agehab, a nossa responsabilidade era de administrar as pessoas que correram atrás, que lutaram. Nós estamos apenas administrando a luta das pessoas pela moradia. No Vale do Sonhos nós fizemos 2,5 mil casas com escritura. Só não estamos escriturando porque o Ministério Público não está deixando”, afirmou.
O Ministério Público informou que em 2012 foi iniciada a construção de 230 casas e realizado um convênio entre o Estado, por meio da Agehab e a Caixa. No entanto, segundo o Ministério Público, ao fazer o cadastro, era cobrado o valor de R$ 15 mil de famílias. A alegação era que, desta forma, seria mais fácil agilizar o processo. Foi destacado que não havia motivo para qualquer tipo de cobrança. O Ministério Público acredita que cerca de 500 famílias foram lesadas.
Foi destacado pelo Ministério Público que teria ocorrido movimentação de R$ 1,2 milhão nas contas da empresa, que é classificada sem fins lucrativos, bem como vários saques de até R$ 50 mil que teriam sido destinados para Maurício Beraldo. O ex- vereador disse que está organizando a defesa dele.
“Temos todas as provas em mãos. Toda a documentação do João Paulo. Pessoas estão sendo induzidas por adversários políticos para fazer denúncia contra mim. Eu estou preparando toda a defesa. Agora o prejuízo causado comigo, com a minha família, meus filhos, isso nunca vai ser ressarcido. Que dia eu iria pegar dinheiro de pobre? Que dia eu iria fazer isso na vida. Eu desafio eles a me provar”, é verdade.
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