O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta terça-feira (5) que “não esperava” que o prefeito paulistano João Doria fosse seu concorrente interno no partido e defendeu a realização de prévias para a definição do candidato tucano a presidente.
Em entrevista à rádio “Bandeirantes”, ele foi questionado se sente incomodado hoje por ter sido o padrinho da carreira política de Doria, em 2016. Disse então: “Uma vez o meu pai me falou: ‘Lembre-se sempre de Santo Antônio de Pádua. Quando não puder falar bem, não fale nada.'”
Em outro momento da entrevista, disse: “Não esperava [a movimentação de Doria pela candidatura], mas também não tenho nenhum problema que isso ocorra. Se nós tivermos mais de um candidato, o que que deve fazer o partido? Não interessa se a pessoa é José, João ou Maria. O que deve fazer é abrir a escuta.”
Ao defender as prévias tucanas, Alckmin relembrou a disputa interna no PSDB paulistano em 2016 e disse que foi ele quem “bancou” a realização daquele processo interno.
“Se não fosse a prévia, o Doria não seria candidato a prefeito.”
Doria nunca tinha sido candidato até o ano passado e se lançou nas prévias do PSDB pelas mãos do governador. A disputa provocou a saída do partido de um dos concorrentes, Andrea Matarazzo, que foi para o PSD.
Na entrevista, Alckmin também falou que o senador Aécio Neves já disse que não disputará a Presidência e que José Serra tem dito a correligionários que “avalia a possibilidade”.
“Se tiver um só candidato até dezembro, é ele [o escolhido do partido]. Já começa o ano que vem com candidatura definida, percorrer o Brasil, discutir propostas.”
Delação da JBS
Alckmin também comentou a decisão da Procuradoria-Geral da República de rever a delação da JBS, anunciada pelo procurador-geral Rodrigo Janot na segunda-feira (4).
Perguntado sobre a repercussão negativa da iniciativa para os investigadores, disse: “[Foi] péssimo, né?” (Folhapress)
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